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O chanceler Celso Amorim disse ontem em Nova Iorque não ver riscos de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deixe de receber os US$ 243 milhões que emprestou à Odebrecht para a construção de uma hidrelétrica no Equador, conforme ameaçou ontem o presidente equatoriano, Rafael Correa.

"Não vejo como esse calote pode ocorrer. O empréstimo do BNDES é para a empresa, e a garantia é o Convênio de Pagamentos e Crédito Recíproco (CCR). Não conheço nenhum caso de descumprimento do CCR. Seria uma imensa surpresa. Pelo que sei, a Odebrecht admite que houve erros involuntários e está disposta a assumir essa parte. Se houver isso, não há nenhuma razão para deixar de pagar’’, disse Amorim.

Firmado em 1982, o CCR é um compromisso entre países latino-americanos pelo qual os bancos centrais devem quitar uma dívida se a empresa do país não o fizer. No caso do empréstimo do BNDES para a construção da hidrelétrica, o dinheiro foi depositado para a equatoriana Hidropastaza.

Amorim ecoou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera dissera que as ações do governo equatoriano contra a Odebrecht têm que ser entendidas no contexto do referendo constitucional que será no próximo domingo. "Não creio que até domingo vá haver grande evolução sobre o tema", disse ele, reforçando o que disse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em Brasília.

Análise

Pela análise feita no Palácio do Planalto, cada vez mais irão surgir conflitos de ordem comercial entre o Brasil e os demais países da América do Sul. Recentemente, houve divergência com o Paraguai, por causa de Itaipu, e com a Bolívia, pela decisão de nacionalizar a Petrobras.

Isso é conseqüência de uma clara estratégia de ampliar o comércio exterior com os países vizinhos. Se antes não havia divergência, observou um ministro, é porque essa relação comercial era praticamente inexistente.

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