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O ministro Celso Amorim: aproximação dos EUA com Cuba e Venezuela | Rodrigues Pozzebom/ABr
O ministro Celso Amorim: aproximação dos EUA com Cuba e Venezuela| Foto: Rodrigues Pozzebom/ABr

Rio e Miami - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou ontem que o Brasil poderia servir de mediador entre os governos de Estados Unidos e Cuba para uma aproximação entre os países. As declarações foram feitas um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter tido reuniões, em separado, com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, e com um grupo de deputados norte-americanos, em Brasília.

Segundo Amorim, o Brasil poderia adotar a função pelo fato de Washington e Havana não manterem relações diplomáticas desde 1962. Frisou também que só faria isso caso fosse solicitado pelos dois países.

Os sinais de aproximação entre EUA e Cuba tomaram um novo rumo ontem. A principal entidade de exilados cubanos, a Fundação Nacional Cubano-Americana, pediu que a Casa Branca intensifique sua relação direta com Havana, e permita o envio de uma gama muito maior de produtos e dinheiro para a população do país.

O pedido da fundação é um importante desdobramento, uma vez que a entidade foi uma das principais defensoras da linha dura com o governo comunista da ilha.

Porém, a aproximação ainda enfrenta resistências. Dois deputados federais – Frank Wolf e Chris Smith – afirmaram ontem que o governo Barack Obama só deve retirar restrições a Cuba depois que todos os prisioneiros políticos forem libertados.

Amorim também disse que o Brasil poderá ajudar a intermediar o diálogo entre Venezuela e EUA. De acordo com o chanceler, "é preciso haver um crédito de confiança" entre os países "para que, digamos, as cicatrizes do passado não continuem a ser um impedimento para relações futuras".

Ao contrário da situação de Cuba, Amorim destacou, no entanto, que o Brasil não assumirá a postura de mediador entre Venezuela e EUA. "Os países não precisam de mediação, são adultos. Não é o caso". Segundo ele, o país pode "ajudar na retomada da relação". Neste sentido, informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem falado com os líderes dos dois países. "Acho que tem avanços", disse.

O ministro afirmou ainda que a integração entre os países sul-americanos pode ajudar no enfrentamento de problemas como a crise financeira mundial. "Queremos que (a integração) seja aprofundada", afirmou.

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