• Carregando...

As escavações feitas para ampliar o Canal do Panamá estão desenterrando objetos e peças pré-colombinas de valor incalculável para traçar a história da região, afirmou à AFP a diretora de acompanhamento ambiental da via interoceânica, Zuleika Mojica.

Vasos de cerâmica, pontas de lanças e flechas foram descobertas durante incursões de arqueólogos, segundo Mojica, que enumerou também no inventário restos de madeira e navalhas de ágata, além de uma tocha, um calhau, uma conta tubular de ouro e outros objetos antigos.

Umas segunda descoberta contém "restos de produtos de consumo do início do século XX e os restos da casa de uma família de afro-antilhanos do Canal".

Estes restos correspondem à época das primeiras obras de construção do Canal, iniciadas no último quarto do século XIX pelo conde francês Fernando de Lesseps e finalizada pelos Estados Unidos em 1904 e 1914.

A área sofre intervenções "desde o início do século passado com a construção de uma ferrovia (1855) e do Canal, além das escavações para um terceiro jogo de comportas em 1939 e a presença de bases militares do exército americano até 1999", explicou Mojica.

A presença de elementos arqueológicos provavelmente se deve aos "pequenos assentamentos em uma complexa rede de interações econômicas e sociais no setor pacífico (área central do Panamá)", de acordo com a funcionária do Canal.

Há um ano, a ACP contratou os arqueólogos John Griggs e Luis Sánchez, que confirmaram "a presença de vestígios arqueológicos" deportados na zona de alinhamento do setor pacífico ou rota da nova comporta pela empreiteira The Louis Berger.

Dois achados arqueológicos nos sítios de Cocolí e Calabaza, no Pacífico, foram identificados por Griggs e Sánchez como peças pré-hispânicas, além de outras mais recentes.

Uma análise com o método Carbono 14 realizado na Beta Atlantic de Miami, Estados Unidos, confirmou que há itens de 680 a.d.C, mas também de operários que trabalharam na construção do Canal, sob a administração americana.

Mojica informou à AFP que a Autoridade do Canal do Panamá contratou também o arqueólogo Aureliano Sánchez, do Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais (STRI) para restaurar as peças descobertas.

A direção de patrimônio histórico do estatal Instituto Nacional de Cultura (INAC) coordena os trabalhos e cuida das peças que a ACP exibirá quando a escavação terminar.

O resgate arqueológico não será afetado pela ampliação do Canal, porque o estudo de impacto ambiental realizado para o megaprojeto estabelece medidas de redução "para a proteção dos recursos arqueológicos", disse a especialista.

Uma equipe de cientistas e arqueólogos deve monitorar os movimentos terrestre na área de construção do terceiro jogo de comportas, já que "qualquer dano às descobertas pré-colombianas será irreversível, já que os bens arqueológicos são recursos não renováveis", alertou Mojica.

A ampliação do Canal, com a instalação de um terceiro grupo de comportas, está sendo realizada a um custo de 5,25 bilhões de dólares, e os primeiros trabalhos de escavação seca do lado pacífico começaram no dia 1º de setembro. A previsão de término das obras é 2014.

As novas comportas estão sendo construídas para permitir a passagem dos maiores navios da indústria marítima, conhecidos como Pospanamax.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]