Londres Seqüências de DNA pessoais virarão ferramenta rotineira no diagnóstico de doenças num prazo de dez anos. A previsão é de James Watson, um dos maiores geneticistas da história. Ele diz que, após as evoluções da tecnologia para se fazer a seqüência do DNA, médicos serão capazes de planejar tratamentos mais efetivos para enfermidades como câncer, obesidade, diabete e doenças mentais. O professor Watson, prêmio Nobel de Medicina de 1962, descobriu a estrutura de DNA em 1953 com seu amigo da Universidade de Cambridge Francis Crik.
Atualmente, para seqüenciar o DNA de uma única pessoa são necessários 20 técnicos e mais de 9 meses de trabalho, mas cientistas estão certos de que em pouco tempo a realidade será outra. "Em cinco anos a esperança é de se conseguir reduzir o tempo para apenas uma semana e a equipe para apenas três pessoas", prevê Michael Jones, chefe do laboratório de genética do Imperial College, em Londres. "As novas tecnologias estão tentando eliminar os técnicos necessários ao processo. A idéia é pegar o DNA de uma pessoa e colocá-lo diretamente em uma máquina e ter resultados imediatos", acrescenta.
Para o professor Watson, os avanços vão permitir aos médicos utilizar seqüências de DNA no auxílio do diagnóstico e nos conselhos que devem dar às pessoas com doenças genéticas. "Se você tem uma alteração que causa a fibrose cística e seu filho tem uma cópia dela, é recomendável que a parceira dele tenha o DNA analisado antes de tentarem ter um bebê", diz o professor Watson. "Você poderá avisá-los (seu filho e nora) de que você tem um gene portador (que causa a fibrose) e eles devem analisá-lo antes de tomar a decisão (de ter um filho)", observa.
Também existirão implicações para o tratamento do câncer. "Daqui a dez anos você vai se dar conta de que não se deve tratar o câncer antes de saber o que aconteceu de errado com o seu DNA", explica.
O descobridor da estrutura do DNA afirma também que a genética irá ajudar a lidar com doenças mentais. No seu laboratório em Cold Spring Harbour, em Lonf Island, no estado de Nova Iorque (EUA), cientistas já deram início a um projeto para, em dez anos, achar a causa genética de doenças mentais.
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