Um tumulto violento entre neonazistas e anarquistas hoje no centro de Praga deixou feridos e mais de 30 detidos, enquanto fortes medidas de segurança evitaram maiores conseqüências.
Quase 1.000 anarquistas e 400 simpatizantes do grupo Narodni Front (Frente Nacional), de orientação neonazista, foram mantidos separados pelos policiais e tropas de choque, segundo o prefeito da cidade, Pavel Bém.
Os poucos enfrentamentos entre os dois grupos aconteceram na rua Parizská, junto à Faculdade de Direito e ao Hotel Intercontinental, a onde os primeiros neonazistas se reuniram. A convocação do protesto tinha sido proibida pela Prefeitura.
Todos os acessos ao Bairro Judaico de Josefov, por onde os neonazistas pretendiam marchar no aniversário da "Noite das Vidraças Quebradas", permaneceram fechados.
Na noite de 9 para 10 de outubro de 1938, os seguidores de Adolf Hitler eliminaram fisicamente o Partido Comunista da Alemanha e começaram a perseguição contra os judeus, o que deu início ao Holocausto.
A comunidade judaica convocou um ato de piedade para hoje na Antiga Sinagoga de Praga em memória às vítimas de 1938, à qual se uniram políticos.
Na Praça da Cidade Velha também houve um ato de solidariedade com os judeus e contra a manifestação neonazista, com a presença de inúmeras bandeiras de Israel.
A Polícia prendeu 30 neonazistas no bairro de Vysocany. Os detidos carregam cassetetes, paus, pistolas de gás e explosivos de fabricação caseira, informou a porta-voz policial Eva Brozová.
Embora os turistas tenham sido prevenidos para não ir ao centro histórico, onde fica o Bairro Judaico, muitos acompanharam ao vivo as manifestações dos anarquistas encapuzados, e a atípica presença de um helicóptero sobrevoando Praga, carros blindados, canhões de água e camburões.