Berlim (Reuters) – O chanceler alemão Gerhard Schroeder e sua rival Angela Merkel fizeram ontem um último esforço, véspera da eleição no país, para conquistar os cerca de 10 milhões de eleitores indecisos.

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Merkel, cuja aliança de centro-direita tem liderado as pesquisas de opinião, deverá quase certamente substituir Schroeder, tornando-se a primeira chanceler mulher e a primeira a ter crescido na antiga Alemanha Oriental comunista.

Mas não é nada certo que ela conseguirá apoio suficiente para formar a coalizão que ela diz necessária para aprovar reformas na economia debilitada do país ou se terá que dividir o poder com o partido Social Democrata de Schroeder.

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As últimas pesquisas de opinião divulgadas ontem mostram o partido Democrata Cristão e seus aliados Democratas Livres com uma vantagem apertada.

A larga liderança registrada pela candidata mais cedo na disputa foi reduzida drasticamente após um esforço agressivo de campanha de Schroeder.

Merkel e Schroeder discursaram ontem em comícios e os principais partidos prometeram desafiar a tradição e lutar por cada voto até o fechamento das urnas.

Com as recentes pesquisas mostrando cerca de 10 milhões de eleitores, quase um sexto do total, ainda indecisos, tudo ainda pode acontecer até o final da votação, às seis da tarde de hoje.

"O número de indecisos é o maior já registrado em eleições gerais", disse Richard Hillmer, diretor do instituto de pesquisa Infratest Dimap, ao jornal alemão Die Welt.

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As diferenças pessoais entre os dois candidatos simbolizam claramente a escolha que a Alemanha deverá fazer.

A campanha de Schroeder foi a mais intensa de sua vida política, com comícios por todo o país e a tentativa de projetar uma imagem de liderança e controle.

O chanceler sustenta o feito de ter conseguido manter a Alemanha fora da guerra no Iraque, e apelou para o princípio alemão da solidariedade e equilíbrio social, atacando os conservadores como sendo frios e amigos dos ricos.

Merkel, determinada e paciente, mas muito menos carismática, acusa Schroeder de prejudicar suas próprias reformas e de não ter idéia sobre o futuro, fazendo um contraste da Alemanha com regiões mais prósperas como a Escandinávia.

Ela prometeu aumentar os impostos com valor agregado, cortar os custos nas folhas de pagamento, abrandar as regras de contratação e demissão e abrir o sistema de barganha da Alemanha, em uma medida que enfraqueceria os sindicatos do país, dizendo que apenas mais empregos podem garantir a justiça social.

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A incerteza

Cinco milhões de pessoas estão desempregadas na Alemanha, o sistema de previdência está em crise, as escolas e universidades precisam de investimentos e reformas urgentes e as empresas têm feito cada vez mais negócios fora do país.

As pesquisas mostram que a maioria dos alemães concorda que o sistema precisa mudar, mas estão em dúvida sobre o prazo e a velocidade destas mudanças.