No poder há oito anos, a conservadora Angela Merkel venceu as eleições de ontem e conquistou de maneira folgada um terceiro mandato como chanceler da Alemanha.
Ela se fortaleceu para lidar com a crise da zona do euro e continuará a comandar a maior economia do bloco europeu até 2017.
Com a apuração em curso, o formato da nova gestão ainda estava em aberto até o fim da noite de ontem.
O mais provável é que Merkel por pouco não obtivesse maioria absoluta no Parlamento, sendo obrigada a uma aliança.
Nesse cenário, o parceiro preferencial seria a SPD, de centro-esquerda, reeditando uma grande coalizão como já ocorreu no primeiro mandato dela, entre 2005 e 2009.
Outra hipótese, menos provável, seria uma aliança dela com os Verdes.
O partido de Merkel, CDU (União Democrata Cristã), e sua legenda-irmã, CSU (União Social Cristã), receberam 42% dos votos, de acordo com projeções. O SPD obteve cerca de 26% dos votos.
"Vamos deixar as especulações de lado e esperar", afirmou Merkel, com a cautela habitual, em mesa redonda na tevê pública alemã.
No mesmo programa, o líder social-democrata, Peer Steinbrück, deixou claro que prefere ver o SPD numa coalizão de governo e prometeu fazer "forte oposição" se a chanceler conseguir maioria para governar sozinha.
"A senhora Merkel venceu a eleição, a bola está no campo dela. Vamos esperar e ver o que ela decidirá", disse.
As projeções indicam que o grande derrotado foi o FDP (Partido Liberal-Democrata), que participa da atual coalizão da chanceler.
A sigla neoliberal recebeu cerca de 4,5% dos votos e deve ficar fora do Parlamento.
"É o momento mais amargo e mais triste da história deste partido", disse Rainer Brüderle, que encabeçava a lista de candidatos da sigla.
Merkel tem responsabilidade pelo resultado, já que desautorizou um apelo de última hora para que seus eleitores fizessem voto útil para salvar os aliados.