Angola negou hoje que esteja enviando mercenários para a Costa do Marfim, após relatos de que o grupo do presidente Laurent Gbagbo está recrutando homens armados de Angola e da Libéria. A agência estatal Angop afirmou que o governo angolano qualificou essas informações como uma campanha maliciosa.
O governo angolano acredita que as informações são parte de uma "estratégia habitual de interferência estrangeira" nos assuntos do continente, para criar divergências entre os líderes locais e suas instituições e "manipular a opinião pública a fim de justificar a inevitabilidade de uma guerra".
Na semana passada, as Nações Unidas afirmaram que as forças de Gbagbo estavam trabalhando com mercenários estrangeiros para permanecer no poder na Costa do Marfim. O grupo do presidente mantém uma disputa com Alassane Ouattara. Os dois políticos disputaram o segundo turno presidencial, vencido por Ouattara segundo resultados iniciais. Gbagbo, porém, recusa-se a deixar o poder, apesar da pressão da comunidade internacional.
O segundo turno ocorreu em 28 de novembro. A ONU, os Estados Unidos, a União Europeia e a União Africana afirmaram que Ouattara é o vencedor e a Comunidade Econômica das Nações do Oeste Africano ameaçou lançar uma intervenção militar se Gbagbo não deixar o posto. Angola tem sido um dos poucos países a apoiar Gbagbo, que está no poder desde 2000. O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, está no cargo desde 1979.
Ontem, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) afirmou que pelo menos 14 mil pessoas fugiram da Costa do Marfim temendo a violência, seguindo para a Libéria.