Angola vem reprimindo ativistas que planejam protestos contra seu líder, no poder há 32 anos, para tentar impedir uma revolta semelhante às que derrubaram os líderes do Egito e da Tunísia, disse um relatório da entidade Human Rights Watch.

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Em comunicado obtido na quinta-feira, o grupo de defesa dos direitos humanos disse: "A Human Rights Watch também expressa preocupação com as ameaças de morte anônimas feitas a políticos da oposição e advogados de direitos humanos, as prisões arbitrárias de jornalistas e ativistas e o uso inapropriado da mídia estatal para finalidades político-partidárias".

Não foi possível obter declarações imediatas de representantes do governo.

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O presidente angolano Eduardo dos Santos está no poder desde 1979, e, apesar da imensa riqueza petrolífera do país do oeste africano e dos bilhões de dólares gastos com a reconstrução de rodovias, a maioria da população ainda vive na pobreza.

De acordo com a organização sediada em Nova York, o governo avisou que qualquer pessoa que participasse de protestos programados para a semana passada poderia ser punida por incitar à violência e procurar fazer o país voltar para a guerra civil.

Em consequência disso, não houve grandes protestos oposicionistas reportados, mas o governo promoveu manifestações patrióticas no fim de semana.

"O governo angolano não deveria assustar as pessoas com violência renovada para dissuadi-las de expressar suas opiniões livremente", disse Daniel Bekele, diretor para a África da Human Rights Watch.

"Esse desrespeito pelas liberdades políticas fundamentais não é bom indício para as eleições gerais previstas para 2012 no país."

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Nove anos após o fim da guerra civil, dados de grupos internacionais indicam que metade das crianças angolanas de até 5 anos de idade sofrem de desnutrição e metade da população está desempregada.