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Conflito

Anistia acusa o regime sírio de crimes contra a humanidade

Integrantes do Exército Livre da Síria descansam em uma rua no centro de Aleppo, onde enfrentam forças do governo | Goran Tomasevic/Reuters
Integrantes do Exército Livre da Síria descansam em uma rua no centro de Aleppo, onde enfrentam forças do governo (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)
Voluntário contra Assad- Estudante britânico Mohammad Qadi Riha falou à agência Reuters em Hatay, na Turquia, explicando o que o levou a viajar para o Oriente Médio a fim de atuar na resistência armada contra Bashar Assad, na Síria. Sua motivação foi as histórias contadas pela mãe sobre as barbaridades ocorridas na terra natal da família 30 anos atrás |

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Voluntário contra Assad- Estudante britânico Mohammad Qadi Riha falou à agência Reuters em Hatay, na Turquia, explicando o que o levou a viajar para o Oriente Médio a fim de atuar na resistência armada contra Bashar Assad, na Síria. Sua motivação foi as histórias contadas pela mãe sobre as barbaridades ocorridas na terra natal da família 30 anos atrás

Um informe da organização de Direitos Humanos Anistia Internacional acusa o regime sírio de crimes contra a humanidade durante os confrontos com membros da oposição, que ocorrem há 17 meses e aumentaram nos últimos dias na ofensiva na cidade de Aleppo, segunda maior do país.

No documento, divulgado ontem, o grupo diz que o aparato de segurança a serviço do ditador Bashar Assad reage com "imprudência característica e uso brutal da força", o que tem levado a mortes e ferimentos em "manifestantes pacíficos".

"As manifestações pacíficas que eu testemunhei em diferentes partes da cidade, invariavelmente, terminaram com forças de segurança disparando munições verdadeiras contra os manifestantes pacíficos, tiroteios indiscriminados e muitas vezes provocam feridos e mortos", disse a consultora sênior de Resposta para Crise da Anistia Internacional, Do­­natella Rovera.

A entidade também reclama de "execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias, tortura e desaparecidos".

A Anistia ainda lembra do recrudescimento dos conflitos na cidade de Aleppo, acusando as milícias pró-governo, conhecidas como "shabbiha", de disparar contra "protestos pacíficos".

O relatório ainda menciona que as famílias que perderam parentes em mortes atribuídas a forças do Exército são obrigadas a assinar um documento dizendo que os óbitos foram provocados por "grupos de terroristas armados".

Para a Anistia In­­ter­­na­­cio­­nal, os responsáveis­­ sírios devem ser julgados­­ no Tribunal Penal Internacional, em Haia,­­­­ na Holanda.

No relatório, a entidade apela também ao Conselho de Segurança das Nações Uni­­das para garantir uma missão de vigilância dos direitos humanos.

EUA dão apoio a rebeldes sírios

Reuters

O presidente dos EUA, Ba­­rack Obama, assinou uma portaria secreta que autoriza o apoio norte-americano aos rebeldes que tentam derrubar o presidente da Síria, Bashar Assad, segundo fontes dos EUA familiarizadas com o assunto.

A ordem presidencial, apro­­vada neste ano, permite que a CIA e outras agências ajudem ativamente os insurgentes sírios. Esse e ou­­tros fatos sinalizam um apoio­­ crescente, embora ain­­da circunscrito, aos oponen­­tes armados do regime, tendência­­ que se intensificou de­­pois que, no mês passado,­­ países­­ aliados­­ de Assad vetaram uma resolução do Con­­selho de Segurança da Or­­ga­­nização das Nações Uni­­das (ONU) que­­­­ levaria a sanções contra­­ a Síria.

Por enquanto, a Casa Bran­­ca parece estar evitando entregar armas letais aos rebeldes, como fazem alguns aliados de Washington. Mas autoridades norte-americanas e europeias dizem que tem havido melhoras significativas na coerência e eficácia dos grupos rebeldes sírios nas últimas semanas. Até então, os governos ocidentais consideravam a oposição síria desorganizada, quase caótica.

Não foi possível determi­­nar exatamente quando Oba­­ma assinou a ordem secreta, e a dimensão completa da ajuda tampouco ficou clara, mas os EUA estão também colaborando com um centro secreto de comando operado pela Turquia e por seus aliados.

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