A Anistia Internacional (AI) classificou de retrocesso para os direitos humanos a execução de seis réus acusados de tráfico de drogas na Indonésia, cinco deles estrangeiros, incluindo o brasileiro Marco Archer.
"É um retrocesso grave e um dia muito triste. A nova administração tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas vai na contramão desse compromisso", destacou Rupert Abbott, diretor de pesquisa sobre a região do Sudeste Asiático e Pacifico da AI.
As execuções, realizadas no domingo (horário local) pelo pelotão de fuzilamento, foram as primeiras desde que o presidente Joko Widodo assumiu o cargo, em novembro do ano passado.
Apesar da promessa de priorizar a área de direitos humanos, Widodo é considerado linha dura com os crimes do narcotráfico e rejeitou os pedidos de clemência para mudar a pena dos condenados, dentre eles o que partiu da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Essas foram as seis primeiras de um total de 20 execuções programadas pelo governo da Indonésia para este ano, desde que Widodo assumiu o cargo em 2014.
Para o diretor de pesquisa sobre a região do Sudeste Asiático e Pacifico da AI, o governo da Indonésia "deve suspender imediatamente seus planos de levar mais pessoas à morte". E argumenta: "Esse é um país que tinha tomado medidas positivas para afastar-se da pena de morte, mas as autoridades agora estão indo na direção oposta."
Cinzas
Além do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, foram executados também o indonésio Rani Andriani, os nigerianos Namaona Denis e Daniel Enemuo, o holandês Ang Kim Soei e o vietnamita Tran Thi Bich Hanh. As cinzas do brasileiro serão trazidas para o Brasil pela tia, Maria de Lourdes Archer Pinto.