O grupo defensor dos direitos humanos Anistia Internacional divulgou hoje relatório afirmando que muitos detentos no Iraque esperam anos por julgamentos, com pouco acesso às famílias e auxílio legal insuficiente. O documento gera dúvidas sobre o futuro da justiça iraquiana, no momento em que os Estados Unidos entregam o controle de quase todas as prisões do país às autoridades locais.

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A Anistia Internacional, sediada em Londres, nota que dezenas de milhares de pessoas estão em prisões iraquianas sem terem sido julgadas. Nas cadeias, elas sofrem com problemas como torturas e maus-tratos.

O grupo acusa ainda as forças dos EUA de "se eximirem de qualquer responsabilidade pelos direitos humanos deles (detentos)", ao entregar o controle dos presos para autoridades iraquianas sem quaisquer garantias contra torturas ou outros maus-tratos.

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Mais tarde, o Iraque o os militares dos Estados Unidos contestaram as conclusões da Anistia Internacional, afirmando que as prisões do país obedecem aos padrões internacionais. "Todas as pessoas presas ou mantidas em nossas prisões são mantidas de acordo com mandados de prisão e as acusações contra elas", afirmou o vice-ministro da Justiça, Busho Ibrahim. "Não há qualquer tortura, e esse relatório internacional não fala a verdade e não tem base".

Os comentários de Ibrahim se referem apenas às prisões mantidas pelo Ministério da Justiça. O fragmentado sistema penal iraquiano faz com que os ministérios do Interior e da Defesa tenham suas próprias prisões.

Um porta-voz militar dos EUA concordou com as declarações da autoridade iraquiana. Segundo ele, as prisões são inspecionadas frequentemente. "Os detentos são alimentados, vestidos, recebem remédios e podem se encontrar com familiares", afirmou o porta-voz, coronel Bob Owen, por e-mail. "Os EUA não estão violando quaisquer acordos internacionais no Iraque na questão dos detentos", acrescentou.