Os Estados Unidos devem processar o ex-presidente George W. Bush por tortura caso a admissão em sua autobiografia de que autorizou o uso de técnicas de afogamento seja comprovada, disse o grupo Anistia Internacional na quarta-feira.
No livro "Decision Points", publicado nesta semana nos Estados Unidos, Bush defendeu sua decisão de autorizar métodos de simulação de afogamento, considerados por alguns como tortura.
Bush disse que a prática foi limitada a três prisioneiros e levou a informações de inteligência que evitaram ataques e salvaram vidas. Em entrevista à rede de TV NBC para promover o livro, ele disse que seu assessor o aconselhou para "não cair no ato antitortura".
O diretor sênior da Anistia Internacional, Claudio Cordone, disse em comunicado: "Sob a lei internacional, qualquer um envolvido em tortura deve ser levado à Justiça, e isso não exclui o ex-presidente George W. Bush."
"Se sua admissão for substanciada, os EUA têm a obrigação de processá-lo", disse ele. "Na falta de uma investigação dos EUA, outros estados devem atuar e realizar tal investigação por eles mesmos".
A técnica de simulação de afogamento foi proibida pelo sucessor de Bush, o presidente Barack Obama, pouco após sua posse, em 2009.
Interrogadores agora devem seguir regras definidas por um manual do Exército norte-americano, que exclui a prática.