Nada como um grande aniversário para unir os guardiões da história. Cinquenta anos depois da crise dos mísseis cubanos, o público finalmente poderá a ler as notas pessoais e registros de Robert F. Kennedy, que têm sido refém de uma disputa de propriedade de longa data entre a família Kennedy e o Arquivo Nacional. A exposição "JFK e a crise dos mísseis de Cuba", que será inaugurada nesta sexta-feira, em Washington, reúne documentos e gravações secretas da Casa Branca para mostrar ao público como o presidente John F. Kennedy conseguiu evitar uma guerra nuclear, no episódio mais tenso da Guerra Fria. Em abril, a exposição se muda para a Biblioteca Presidente Kennedy em Boston.

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No outono de 1962, o primeiro-ministro soviético, Nikita Khrushchev, ordenou a implantação secreta de um ataque nuclear nos EUA. Os mísseis cubanos seriam capazes de chegar à maioria das cidades americanas em cinco minutos. Kennedy disse que os mísseis não seriam tolerados, mas Khrushchev recusou-se a retirá-los. O impasse durou 13 dias em outubro de 1962, antes de ser pacificamente resolvido.

Bobby Kennedy serviu como conselheiro mais próximo do irmão - e seu alter ego - durante a crise que levou o mundo ao mais próximo que tivemos de uma destruição nuclear. Pela primeira vez, suas notas serão examinadas de perto por historiadores, como uma janela para tentar descobrir como de fato o presidente americano conseguiu negociar uma solução diplomática com o líder soviético.

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Os novos documentos incluem cartas nunca reveladas entre os dois irmãos, durante os chamados "Treze dias" que marcaram o auge da crise, entre 16 de outubro e 28 de outubro de 1962, quando Khrushchev concordou em retirar seus mísseis. Uma fonte que teve acesso aos documentos revelou que eles incluem várias versões de uma nota escrita por Bobby Kennedy na noite de 27 de outubro, após seu encontro com o embaixador soviético, Anatoly Dobrynin. Agindo sob ordens de JFK, Bobby fez uma promessa secreta de retirar mísseis americanos da Turquia como uma concessão à Khrushchev. O episódio foi mantido em segredo por outros membros do Conselho De Segurança Nacional, incluindo o vice-presidente Lyndon Johnson, que vinha exortando o presidente a tomar um posicionamento mais duro com Khrushchev.

Os registros, que passam das 2,7 mil páginas, também incluem memorandos ditados por Bobby Kennedy na Operação Mongoose, uma campanha de sabotagem projetada para derrubar Fidel Castro, em outubro de 1962. Embora o esforço tivesse poucas chances de sucesso, foi um dos fatores que provocaram o envio de armas nucleares para Cuba.