Teerã O secretário geral da ONU, Kofi Annan, chegou ontem a Teerã para conversar com autoridades iranianas sobre o conflito no Oriente Médio e o programa nuclear do país.
A visita ocorre dois dias após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter anunciado que o Irã descumpriu a exigência do Conselho de Segurança da ONU de suspender suas atividades de enriquecimento de urânio até o dia 31 de agosto. Annan deve buscar o apoio do Irã à resolução 1701 da ONU, que encerrou o conflito de 34 dias no Líbano.
Apoio
A visita faz parte de uma viagem do secretário geral da ONU, pelo Oriente Médio para consolidar a paz no Líbano depois de um mês de guerra entre Israel e a milícia xiita libanesa do Hezbollah, que conta com o apoio de Síria e Irã.
O Estado hebreu acusa as autoridades iranianas de fornecer armas ao Hezbollah. Teerã alega que a ajuda é apenas moral.
Na sexta-feira, Annan anunciou em Damasco que o presidente sírio, Bachar al-Assad, se comprometeu em cooperar para acabar com a entrega de armamento ao Hezbollah, reforçando a vigilância na fronteira entre Líbano e Síria.
Impasse
O programa nuclear iraniano também deve ser discutido nas conversas entre Annan e as autoridades do país.
No que diz respeito à essa espinhosa questão nuclear, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, com quem Annan se reunirá hoje, insistiu ontem que o país defenderá a postura atual. O Irã defende intensamente seu direito de enriquecer urânio, insistindo que ele serve apenas para geração de energia civil.
"O povo iraniano não cederá nada em seu desejo de utilizar a energia nuclear com fins pacíficos e as autoridades devem defender com firmeza estes objetivos em todas as negociações", declarou o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad.
A afirmação é preocupante para os países ocidentais, temerosos de que o Irã tente produzir armas atômicas em um programa nuclear que alega ser civil.
Ontem Annan se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, e com o chefe dos negociadores nucleares, Ali Larijani.
Hoje, além do presidente Ahmadinejad, provavelmente conversará com o guia supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha), além da Alemanha, se reunirão em Berlim na próxima quinta-feira para analisar a recusa de Teerã em acatar as exigências das Nações Unidas.
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