Nairóbi O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, considera "muito claro" que custaria menos ao planeta cortar as emissões dos gases que causam o efeito estufa agora do que lidar com as conseqüências mais tarde.
Annan fez a declaração ontem, na 12.ª Conferência Internacional sobre o Clima, em Nairóbi, no Quênia. O encontro, organizado pela ONU, tem o objetivo de reforçar os compromissos da luta contra o aquecimento global.
"Não permitam que alguém diga que não podemos agir", disse Annan em clara referência àqueles que afirmam que a redução das emissões dos gases que causam o aquecimento climático poderia ferir o crescimento econômico, incluindo a administração do presidente norte-americano, George W. Bush.
O secretário-geral também lamentou a "assustadora carência de liderança" para indicar os próximos passos em direção a uma redução mundial de emissões. "Devemos ter mais coragem política", conclamou Annan a cerca de 180 delegados presentes à conferência.
Durante as duas semanas de debate, que será finalizado amanhã, os representantes trabalham em questões técnicas ligadas ao Protocolo de Kyoto, que obriga as 35 nações mais industrializadas do mundo a reduzirem até 2012 as emissões dos gases do efeito estufa em 5% abaixo do nível de 1990.
Os Estados Unidos e a Austrália são os únicos países industrializados a rejeitarem o tratado, ratificado em 1997. Bush, alega que o pacto afetaria negativamente a economia dos Estados Unidos e exige que os países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia, também se comprometam em reduzir suas emissões.
Os cientistas atribuem pelo menos parte do 0,6ºC de aumento na temperatura global no último século ao acúmulo na atmosfera de dióxido de carbono e outros gases, subprodutos de usinas de energia, automóveis e outras fontes de combustíveis fósseis.
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