O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu na quarta-feira a israelenses e palestinos que "recuem da beira do abismo", alertando que a escalada do seu conflito pode se tornar explosiva. Ele divulgou nota enquanto nações islâmicas apresentavam novamente ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução que exige a imediata desocupação israelense da Faixa de Gaza e a libertação de autoridades palestinas detidas pelo Estado judeu.

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"A situação é perigosa e pode ser explosiva. O secretário-geral pede a todos os envolvidos que recuem da beira do abismo", disse o porta-voz Stehpane Dujarric em nota, divulgada em Gana - Annan está em visita ao seu país natal.

Em Nova York, embaixadores dos 57 países da Organização da Conferência Islâmica se reuniram para adotar uma declaração que condena "o ataque militar em grande escala" de Israel em Gaza e a prisão de ministros, deputados e outros políticos palestinos.

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O bloco pediu que o Conselho de Segurança "aja prontamente" para pressionar Israel "a cessar sua agressão" contra os civis palestinos e que busque ajuda de emergência para Gaza.

Diplomatas dos países islâmicos disseram que a nota foi parte de uma campanha mais ampla que pressiona os 15 países do Conselho de Segurança a agirem contra Israel.

Segundo eles, os participantes da campanha pretendem apresentar já na quinta-feira uma proposta de resolução para o Conselho de Segurança. Mas as chances de sua aprovação são pequenas, pois os EUA, maiores aliados de Israel no mundo, têm poder de veto no Conselho e se opõem a qualquer intervenção do órgão no Oriente Médio.

Em reunião pública na semana passada, o observador palestino na ONU, Riyad Mansour, pediu ao Conselho que pressione Israel a encerrar rapidamente sua ofensiva em Gaza.

Já o embaixador norte-americano, John Bolton, exigiu que Irã e Síria deixem de ser "Estados patrocinadores do terrorismo" e condenem o grupo Hamas, que governa os palestinos.

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Bolton disse nesta semana que Washington se opõe a outra reunião do Conselho. O órgão debateu a crise na sexta-feira, "e por enquanto não vemos razão para nos reunir mais", segundo ele.

Israel colocou soldados e tanques na Faixa de Gaza e deteve dezenas de políticos palestinos na semana passada em retaliação pelo sequestro de um soldado israelense em Gaza. A situação vem se agravando desde então.