A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputová, forte defensora do apoio militar à Ucrânia contra a invasão russa, rechaçou o envio de mais armas ao país, uma vez que o vencedor das eleições de sábado (30) e os seus potenciais parceiros governamentais são contrários a essa política.
“Todos os partidos políticos que hoje negociam a formação de um governo estão decididamente contra esta ajuda”, declarou a chefe de Estado eslovaca através do seu porta-voz, que especificou que a presidente não mudou sua opinião pessoal sobre a necessidade de ajudar militarmente a Ucrânia.
No entanto, argumentou que “decidir nesta situação sobre o envio de material militar não seria um bom precedente durante a mudança de poder político após uma eleição”.
Caputová indicou que estaria disposta a continuar a prestar o apoio militar se assim o propusesse um novo Executivo com plena autoridade.
O partido mais votado nas eleições parlamentares da Eslováquia no sábado, com 23% dos votos, foi a legenda de esquerda Smer, liderada pelo populista Robert Fico, que recebeu na segunda-feira (2) da presidência da Eslováquia a tarefa de tentar formar uma coalizão para governar o país.
Fico prometeu durante a campanha que cortaria a ajuda militar à Ucrânia caso se tornasse primeiro-ministro. “Em vez de enviar armas para Kiev, a União Europeia e os Estados Unidos deveriam usar a sua influência para forçar a Rússia e a Ucrânia a chegarem a um compromisso de paz”, disse o esquerdista.
Em outros momentos, foi mais incisivo, ao negar a entrada da Ucrânia na OTAN, que para ele representaria “o início da Terceira Guerra Mundial”.
“A guerra na Ucrânia não começou no ano passado, começou em 2014, quando nazistas e fascistas ucranianos começaram a assassinar cidadãos russos no Donbass e em Lugansk”, disse Fico em agosto. “Precisamos dizer ao mundo inteiro: a liberdade veio do leste, a guerra sempre vem do Ocidente.” (Com Agência EFE)