| Foto: David Fernandez/EFE/folhapress

Ao menos duas antenas instaladas em um prédio do Ministério da Defesa, em Buenos Aires, foram usadas pela Agência Federal de Inteligência (AFI) para “fazer espionagem política massiva”, diz o jornal argentino Clarín, citando autoridades militares que falaram sob condição de anonimato.

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Segundo denúncia feita à Justiça nesta quarta (21), quase 200 personalidades são alvo de grampo supostamente patrocinado pelo governo de Cristina Kirchner. A acusação foi feita pelas deputadas Laura Alonso e Patricia Bullrich, do PRO (Proposta Republicana), partido de Mauricio Macri, candidato opositor à presidência.

As antenas, que segundo as fontes ouvidas pelo jornal têm o formato de uma grande parabólica, foram desenvolvidas pelas próprias Forças Armadas e são operadas desde 2003 pela Side (antigo nome da AFI). Segundo a denúncia, elas captam conversas telefônicas, e-mails e comunicações por rádio, entre outras trocas de informações.

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“Desde 2002 não intervém [no funcionamento] os militares, nem funcionários da Defesa”, dizem as autoridades ouvidas pelo Clarín.

O chefe da AFI, Oscar Parrilli, negou ao jornal argentino o uso das antenas para espionagem política. O ministro da Defesa, Agustín Rossi, afirmou ao jornal Página 12 que não há nenhuma dependência do Exército nos prédios onde estão instaladas as antenas.

O candidato à Presidência Daniel Scioli, apoiado por Cristina Kirchner, também rechaçou as denúncias ao Clarín.

Grampos

Em documento entregue à Justiça, no qual solicita a apuração da suspeita, a deputada Laura Alonso afirma que tomou conhecimento do suposto grampo por ligação de uma pessoa que se identificou como membro do serviço de inteligência. Segundo seu relato, essa pessoa lhe entregou um envelope com uma lista de pessoas que estavam sob vigilância.

As duas deputadas seriam alvo do suposto grampo, assim como Macri, seu marqueteiro, Jaime Durán Barba, economistas e políticos aliados. Também estão na lista os nomes dos presidenciáveis Sergio Massa, Margarita Stolbizer e Adolfo Rodriguez Saá.

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De acordo com a denúncia, além da suposta escuta telefônica, a vigilância incluiria o monitoramento das mensagens no aplicativo Whatsapp, em e-mail e em mensagens de texto nos celulares.