78 Pessoas
das 150 que estavam a bordo do voo da Germanwings já tiveram o código genético isolado. No entanto, nenhum passageiro foi identificado até agora. Esse processo será feito posteriormente. As equipes de busca continuam a trabalhar no resgate de corpos nos Alpes
O piloto do avião que caiu nos Alpes franceses na última terça-feira (24) -- e causou a morte dos 150 ocupantes -- pediu aos gritos para que o copiloto, que teria derrubado deliberadamente a aeronave, abrisse “a maldita porta” enquanto tentava arrombá-la, mostraram as gravações da primeira-caixa preta encontrada.
Quando o copiloto, Andreas Lubitz, 27, já teria acionado o sistema de descida, e os controladores aéreos franceses tinham tentado, às 10h32, contatar sem sucesso o avião, a gravação registra o sinal de alarme automático de perda de altura, revelou no domingo (29) o jornal alemão Bild.
Imediatamente depois, se ouve um forte golpe, como se alguém tentasse abrir com um chute a porta da cabine, e a voz do capitão, Patrick Sondenheimer, gritando: “Pelo amor de Deus, abra a porta!”.
Ao fundo é possível ouvir os gritos dos passageiros.
Às 10h35, quando o avião ainda estava a sete mil metros de altura, a gravação registrou “ruídos metálicos fortes contra a porta da cabine” como se ela estivesse sendo golpeada.
Noventa segundos depois, a cinco mil metros de altura, um novo alarme é ativado, e é possível ouvir o piloto gritar: “Abra essa maldita porta!”.
Às 10h38, ainda a cerca de quatro mil metros de altura, é possível ouvir a respiração do copiloto, que não diz nada.
Às 10h40, o aparelho toca a montanha com a asa direita e de novo são ouvidos gritos dos passageiros, os últimos sons registrados pela caixa-preta.
A hora e meia de gravação resgatada revelou também como o capitão, às 10h27 e a 11.600 metros de altura, pede ao copiloto que comece a preparar a aterrissagem em Düsseldorf e ele responde, entre outras palavras, com um “tomara” e um “vamos ver”.
Ansiedade
Andreas Lubitz, que acumulava uma experiência de 630 horas de voo, sofria de transtorno de ansiedade generalizada (TAG), segundo informou neste domingo o jornal francês Le Parisien.
De acordo com a publicação, os médicos que o atenderam aplicaram injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico, e recomendaram que Lubitz praticasse esportes para recuperar a autoconfiança.
Lubitz, que supostamente derrubou a aeronave de forma deliberada durante o trajeto entre Barcelona e Düsseldorf, também aparentava ter problema com o sono, para o qual foi recomendado a usar o antidepressivo agomelatina.
A promotoria de Düsseldorf informou nesta sexta-feira que encontrou documentos médicos “que apontam uma doença e o tratamento médico correspondente” na casa de Lubitz e na de seus pais, na cidade alemã de Montabaur.
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