Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Hugo Chávez, demonstraram otimismo para a reunião desta terça-feira (10) em que tentarão restabelecer as relações bilaterais diplomáticas e comerciais, pondo fim a uma prolongada disputa por questões de segurança. Segundo os jornais locais, os dois presidentes já estão reunidos na cidade de Santa Marta.Tensões entre os vizinhos andinos aumentaram há mais de um ano, com Chávez impondo o que a Colômbia diz ser um embargo comercial. Mas as negociações desta terça-feira na cidade podem encerrar o impasse.
No centro da disputa estão as alegações colombianas de que Chávez abriga guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em seu território, além das reclamações da Venezuela sobre o acordo militar da Colômbia permitindo o acesso de tropas norte-americanas a suas bases militares.
Essas questões e as diferenças ideológicas poderiam ser difíceis de serem resolvidas no curto prazo, mas ambos os líderes terão benefícios com uma decisão de retomar o comércio bilateral de US$ 7 bilhões por ano, pois buscam um estímulo para a recuperação econômica.
"Aqui começaremos, tenho certeza, porque viemos com a vontade à frente, com o coração à frente, com o amor à frente, a começar pacientemente a reconstruir o que foi desmoronado", disse Chávez ao chegar a Santa Marta, cidade do Caribe escolhida para o encontro e local da morte de Simón Bolívar, herói da independência de ambas as nações. "Contamos com muitos recursos para construir novas e boas relações entre Colômbia e Venezuela. Depois de todas estas tormentas, Colômbia, venho ratificar o meu amor, que será eterno", acrescentou o presidente venezuelano, que se considerou como um soldado da paz.
Já o presidente Santos, que assumiu o governo no fim de semana no lugar de Álvaro Uribe, expressou um otimismo mais moderado sobre os resultados do encontro, o primeiro entre os dois mandatários de ideologias distintas.
"Vamos buscar que as relações entre os dois países irmãos, como são Venezuela e Colômbia, possam se restabelecer sobre bases firmes e perduráveis", afirmou Santos na chegada para o encontro.
"Vamos buscar que todos os mecanismos se normalizem e melhorem a cada dia. Chegamos à reunião com otimismo, mas sem gerar expectativas exageradas, porque acredito que depois da reunião é quando realmente poderemos saber seus verdadeiros resultados", acrescentou.
Santos herdou um conflito esquentado nos últimos dias do governo Uribe, quando autoridades colombianas denunciaram que comandantes das Farc e do Exército de Liberação Nacional (ELN) se refugiavam na Venezuela, perto da fronteira, com tolerância de Caracas.
O novo presidente colombiano disse durante a campanha eleitoral que ele e Chávez eram "como água e azeite", mas se comprometeu a manter boas relações sob respeito mútuo. Em resposta, Chávez disse que um governo de Santos representaria uma ameaça de guerra na região.
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