Lula entre os irmãos Fidel e Raúl Castro: presidente brasileiro anuncia investimentos, mas evita opinar sobre direitos humanos em Cuba| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República do Brasil

BNDES financia obras em porto

Agência Estado

Ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, Lula visitou ontem o porto de Mariel, a 50 km de Ha­­vana, que será totalmente mo­­dernizado com recursos principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para que seja transformado no maior porto da América Central.

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A morte do preso político Or­­lando Zapata Tamayo, que estava em greve de fome havia 85 dias em Cuba, fez sombra ao clima festivo da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos irmãos Fidel e Raúl Castro.

Ontem de manhã, ao visitar com Lula a região onde será construído o novo porto de Mariel, a 50 km do centro de Havana, Raúl nem precisou ser questionado pelos jornalistas sobre o tema.

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"Foi condenado a três anos, foi levado aos nossos melhores hospitais, morreu. Lamentamos muito. Isso se deve à confrontação que temos com os EUA, temos perdido milhares de cubanos’’, disse.

Ao lado de Raúl, Lula, não fez comentários.

O cubano continuou desfiando uma lista de acusações contra os EUA, afirmando que milhares de cubanos morreram nas últimas décadas vítimas de "terrorismo de Estado’’, segundo ele, praticado pelo governo americano.

"Em meio século, aqui não assassinamos ninguém. Aqui ninguém foi torturado. Aqui não houve nenhuma execução extrajudicial. Foram torturados em Cuba, sim, é verdade, mas na base de Guantánamo, não em nosso território’’, disse.

Zapata era considerado pela Anistia Internacional como "prisioneiro de consciência’’, enquanto para Cuba, ele e outros prisioneiros não passam de "mercenários’’ a serviço dos EUA.

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Segundo grupos de direitos humanos, mais de 30 oposicionistas foram detidos por agentes de segurança entre terça-feira e on­­tem, no que foi apontado como uma tentativa do governo cubano de impedir que o funeral do dissidente virasse um acontecimento político.

O assessor especial da Presi­­dên­­cia para Assuntos Interna­­cio­­nais, Marco Aurélio Garcia, negou que o governo brasileiro ou a em­­baixada tenham recebido uma carta de um grupo de direitos hu­­manos pedindo a interferência de Lula pela libertação de 200 presos políticos na ilha.

Lula também visitou o ex-presidente cubano Fidel Castro na residência do longevo líder comunista. De acordo com assessores de Lula, a visita durou mais de uma hora e o líder brasileiro encontrou Fidel "recuperado" e "excepcionalmente bem".