Pelo menos 23 pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas durante uma rebelião em um centro de detenção localizado em Campo Lindo, no estado de Portuguesa, no centro da Venezuela entre quinta e sexta-feira, 24, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP). O Ministério Público, ligado ao chavismo, confirma apenas três mortes, mas diz estar investigando o caso.
A rebelião ocorreu no Centro de Coordenação da Polícia Municipal José Antonio Páez. Segundo a OVP, agentes do Ministério de Serviços Penitenciários massacraram os detentos após uma rebelião. A matança ocorreu durante toda a noite entre quinta e sexta-feira.
De acordo com o diário venezuelano El Nacional, 14 agentes penitenciários ficaram feridos.
Um procurador da república que rompeu com o governo, também citado pelo Nacional, divulgou um vídeo nas redes sociais de réus armados com pistolas e granadas, ao lado de mulheres que foram tomadas como reféns durante a rebelião.
"Aqui dentro ninguém vai entrar. Estou disposto a morrer", diz um detento no vídeo. "É a nossa vida e a dos visitantes que está em risco."
Uma jornalista da cidade que esteve no local, Mariangela Moro, disse ao jornal venezuelano Efecto Cocuyo que a tensão entre os presidiários e os funcionários começou no dia das mães. Os presos pediram a liberação de visitas de parentes durante todo um fim de semana.
Após o pedido ser negado, os enfrentamentos começaram. Na noite de quinta-feira (23), um novo confronto começou no centro policial após o assassinato de um detento que tinha liderança entre os presos.
Segundo testemunhas, tiros foram disparados e granadas foram detonadas.
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