Ao menos seis membros da rede terrorista Al-Qaeda morreram nesta sexta-feira depois que o veículo no qual viajavam no sul da Somália foi bombardeado, informaram à Agência Efe fontes da inteligência somali e testemunhas.
"Esta manhã, na região somali de Lower Shebelle, um ataque tirou a vida de seis membros da Al Qaeda. Três deles eram somalis, guarda-costas dos alvos (responsáveis). Um deles era o egípcio Mohammed Zakar", indicou a fonte, um alto oficial da Agência de Inteligência da Somália (NSA), sob condição de anonimato.
"Nossas fontes estão tentando confirmar a identidade dos outros dois, mas não são somalis", apontou o membro do NSA.
O ministro de Informação somali, Abdulkadir Hussein Mohamed "Jahweyn", qualificou a operação como "bem-sucedida" em declarações a emissoras estatais, embora o Governo Federal de Transição da Somália (GFT) não tenha se responsabilizado pelo ataque.
Um professor que vive na área atacada, Abdinor Leh-jecel, relatou que "quando as pessoas ainda não tinham se levantado para a oração matinal, foram escutadas fortes explosões e rajadas de tiros".
"Depois vimos o carro destroçado. Os aparatos que realizaram o ataque soavam como helicópteros, mas eu não os vi", acrescentou.
Estes bombardeios acontecem depois da conferência sobre a Somália realizada no dia anterior em Londres, na qual não foi tratada a possibilidade de uma intervenção militar no sul do país, controlado em parte pelos fundamentalistas islâmicos da Al Shabab.
No entanto, o primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohammed Ali, disse após a reunião que acredita serem bem possíveis ataques realizados do ar contra acampamentos da milícia, "caso não sejam causadas baixas civis".
A morte de Zakar representa a terceira perda consecutiva de um efetivo de alto nível da Al-Qaeda na Somália, depois da do chefe operacional da organização no país africano, Fazul Abdullah Mohammed, morto em junho do ano passado, e seu sucessor, Bilal Al Berjawi, que perdeu a vida após um bombardeio no mês passado.
Os fundamentalistas de Al Shabab, com laços históricos com a Al-Qaeda, anunciaram no início de fevereiro sua união oficial com o grupo, liderado por Ayman al-Zawahiri após a morte de Osama bin Laden em uma operação militar americana em Abbottabad (Paquistão).
Vários analistas qualificaram este anúncio como um pedido de ajuda desesperado da Al Shabab, que foi perdendo terreno no centro e sul da Somália devido ao ataque das tropas governamentais e da missão da União Africana, o Exército do Quênia (desde outubro) e o etíope (desde o início do ano).
A Al Shabab combate o Governo Federal de Transição da Somália e seus aliados com o fim de instaurar um Estado muçulmano no país.