Depois de ganhar o maior número de medalhas de ouro na Olimpíada de Pequim e assumir o posto de terceira economia do planeta, a China mostrará ao mundo na quinta-feira seu crescente poderio militar, alimentado por um orçamento anual que há duas décadas cresce a taxas de dois dígitos. O desfile que marcará os 60 anos de fundação do país também reafirmará a supremacia do Partido Comunista, ao qual está subordinado o Exército de Libertação Popular - as Forças Armadas do país não são uma instituição do Estado, mas do partido.
A parada apresentará 52 tipos de armas desenvolvidas e fabricadas na China, 90% das quais serão mostradas ao público pela primeira vez. O arsenal inclui novos mísseis nucleares intercontinentais e caças.
"Temos quase todos os equipamentos avançados que países ocidentais desenvolvidos possuem. Essa é uma conquista extraordinária, que revela o grau de nossa modernização militar", disse, na semana passada, o ministro da Defesa Liang Guanglie.
A China tem o maior Exército do mundo, com 2,3 milhões de pessoas, mas ainda está longe da sofisticação tecnológica das Forças Armadas dos Estados Unidos ou de países europeus.
Pequim também tem um número crescente de submarinos e, em breve, deverá ter a maior frota do mundo. Analistas afirmam que pelo menos dois dos estimados 60 submarinos chineses têm poder de disparar mísseis nucleares.
Os EUA sustentam que os gastos militares da China são superiores aos declarados oficialmente e afirmam que o fortalecimento do Exército pode desestabilizar a região Ásia-Pacífico.
Será o 14º desfile militar que a China realiza desde 1949. Cerca de 5.000 soldados ensaiam há quatro meses para o evento, que terá a participação apenas de convidados do governo. A população verá o desfile pela TV.