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No Senado, o veterano da guerra do Vietnã apostou em medidas independentes e foi reconhecido ao proibir o financiamento desregulamentado a partidos políticos. | Robyn Beck/AFP
No Senado, o veterano da guerra do Vietnã apostou em medidas independentes e foi reconhecido ao proibir o financiamento desregulamentado a partidos políticos.| Foto: Robyn Beck/AFP

Mesmo que não se mude para a Casa Branca em janeiro, John McCain não voltará a ser o que era antes da campanha para a Presidência. Estar abaixo de Barack Obama nas pesquisas de intenção de voto despertou sua veia combativa dos tempos de Marinha, e, na definição do jornal St. Petersburg Times, o levou a apelar para "distorções, distrações e mentiras" que deixaram uma "marca permanente em sua reputação de homem íntegro".

Antes da campanha, a imagem de McCain era indissociável do perfil de herói norte-americano. Ele passou cinco anos preso em Hanói, no Vietnã do Norte, depois que o avião em que fazia bombardeios caiu e ele foi capturado com os braços e uma perna quebrados. Por ser filho de um almirante da Marinha, foi-lhe oferecida a liberdade, mas ele se recusou a sair sem que os outros prisioneiros também fossem libertados.

Vinte anos depois, sua veia combativa o colocou no Senado, onde ganhou a alcunha de "maverick", apelido que se dá aos políticos que são mais independentes do que seu partido gostaria. Ali, McCain combateu o desperdício da máquina pública e o aquecimento global antes que outros políticos soubessem o que era isso. Sua principal realização como senador é a lei McCain-Feingold, que proibiu o financiamento desregulamentado a partidos políticos – fato que o aproximou dos democratas.

"Ele foi considerado por ambos os partidos um dos senadores mais criteriosos, mas muitos conservadores do próprio partido não confiam nele", diz o professor de ciência política da Universidade de Columbia, Robert Erikson.

Das qualidades de McCain, duas deixaram Washington um lugar mais interessante: seu senso de humor, que já o levou a interpretar uma paródia cinematográfica de si mesmo ("Penetras Bons de Bico", 2006) e sua capacidade de reconhecer suas falhas.

O fato de querer ser o presidente mais velho da história dos EUA pode ser explicado pela sua declaração ao New York Times após a derrota nas primárias de 2000. "Duvido que eu tenha outra razão ou oportunidade de tentar de novo. Mas eu ainda posso me tornar o homem que sempre quis ser."

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