Beirute O anúncio do governo norte-americano sobre um "novo Oriente Médio", apagou as esperanças de que a ofensiva militar israelense contra o Hezbollah, visando destruir a organização xiita libanesa, possa terminar em breve. Na opinião de analistas libaneses, Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos "não vão se deter até destruir a infraestrutura militar do Hezbollah".
A Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, descreveu abertamente a guerra no Líbano como parte das "dores do parto de um novo Oriente Médio" e rejeitou os apelos para um cessar-fogo, alegando que uma trégua não adiantaria nada porque a situação simplesmente voltaria ao status quo anterior.
Depois de um encontro no sábado com um enviado das Nações Unidas que tinha retornado da região, Rice disse: "Não importa o que fizermos, precisaremos ter certeza de que estamos indo em direção de um novo Oriente Médio e não voltando para o velho".
Um diplomata árabe considera a frase dita pela chefe da diplomacia norte-americana como uma tentativa de fazer o parto de um novo Oriente Médio ás custas dos "cadáveres de crianças" libanesas.
O presidente do Congresso xiita libanês, Nabih Berri, teria perguntado a Rice no encontro em Beirute, segunda-feira se ela tinha visto "as fotos das crianças libanesas mortas". Sem resposta, Berri acrescentou: "São elas que seus aliados israelenses estão matando."
Mais de 380 civis libaneses, entre eles muitas crianças, morreram e pelo menos 1,1 mil ficaram feridos pelos cerca de 4 mil ataques aéreos israelenses realizados nos últimos 15 dias. O Hezbollah disse ter perdido apenas 16 guerrilheiros e garantiu que seus foguetes e outros equipamentos militares e armamentos ainda estão intactos. Dezenas de pontes, estradas, usinas de energia e o aeroporto de Beirute foram bombardeados e mais de 700 mil libaneses deixaram o sul do país.
Israel disse que 18 civis foram mortos pelos mais de 2,2 mil mísseis do Hezbollah que têm chovido sobre as cidades do norte israelense desde o início do confronto e que dois milhões de moradores estão confinados em abrigos. O número de militares israelenses mortos passou ontem de 30.
Peritos militares libaneses acreditam que Rice, que se reuniu na terça-feira com o primeiro ministro israelense Ehud Olmert, encorajou Israel a continuar com sua ofensiva no Líbano. Mas eles acreditam também que ela advertiu os líderes israelenses para concentrarem os ataques no sul do país e nas fortalezas do Hezbollah. Poupando a capital e seus residentes civis.
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