A miserável Coreia do Norte deve enfrentar mais um ano de escassez alimentícia, mas seus múltiplos apelos por doações de comida parecem ser exagerados, o que sugere que o país pretende estocar alimentos em vez de simplesmente distribuí-los aos famintos, segundo autoridades da Coreia do Sul.
A má gestão e desastres naturais causaram uma onda de fome que, segundo algumas estimativas, matou até 1 milhão de pessoas no país na década de 1990. Na quarta-feira, cinco agências humanitárias norte-americanas alertaram que o problema pode se repetir.
O regime norte-coreano, politicamente isolado e sob pressão internacional devido ao seu programa nuclear, tem há meses feito pedidos de alimentos a praticamente todos os países do mundo, exceto os mais pobres.
"Eles só falam disso, comida", disse uma fonte oficial sul-coreana, pedindo anonimato. "Não é mais novidade que um país receba um pedido de ajuda. Diga-me um país que não recebeu o pedido. Isso seria novidade."
Outra fonte, também sob anonimato, disse que a estocagem de alimentos pode estar relacionada à provável sucessão do dirigente Kim Jong-il para seu filho caçula, Kim Jong-un, e à promessa de criar uma "nação próspera e forte" até 2012, centenário do nascimento de Kim Il-sung, fundador do regime.
Há consenso entre analistas de que a Coreia do Norte teve uma ligeira melhora na sua safra de alimentos em 2010. A FAO, órgão da ONU para alimentação e agricultura, estima que a produção tenha aumentado 3 por cento no ano passado, chegando a 4,5 milhões de toneladas de alimentos.
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