O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, negou nesta quarta-feira (3) que esteja pensando em renunciar diante das fracas perspectivas eleitorais do Partido Liberal, que se agravaram na semana passada, quando a legenda perdeu uma importante eleição suplementar em Toronto.
Em sua primeira entrevista coletiva desde a derrota no distrito eleitoral de Toronto-St. Paul, onde os liberais governaram ininterruptamente por mais de 30 anos, Trudeau afirmou que está mais motivado do que nunca para permanecer à frente do partido.
O premiê acrescentou que, desde a eleição parcial, vencida pelo Partido Conservador, da oposição, ele conversou com muitos dos parlamentares liberais.
"Recebi muitos telefonemas de diferentes membros da bancada parlamentar de todo o país, não apenas de Toronto, para falar sobre como garantir a continuidade do nosso trabalho de conexão com os canadenses, para garantir que continuemos a trabalhar para o povo", disse Trudeau.
Um desses parlamentares, Wayne Long, pediu na semana passada a seus colegas que substituíssem Trudeau "para o futuro" do Partido Liberal e do país.
Além de Long, a ex-ministra do Meio Ambiente (2015-2021) durante o primeiro mandato de Trudeau, Catherine McKenna, também pediu um novo líder liberal.
Trudeau e os liberais enfrentam uma impopularidade crescente depois de quase 10 anos no poder, em face do alto custo de vida, da grave situação de sem-teto, de uma divisão social cada vez maior, da perda de poder aquisitivo e de uma redução drástica na qualidade dos serviços essenciais.
A impopularidade de Trudeau pesou para o Partido Liberal aparecer 14 pontos percentuais atrás do Partido Conservador em uma pesquisa da empresa Leger, divulgada nesta terça-feira (41% a 27%).
A pesquisa também mostra que 26% dos canadenses preferem o líder conservador Pierre Poilievre como primeiro-ministro, e apenas 19% veem Trudeau como a melhor opção.
A consulta, realizada entre 21 e 23 de junho com entrevistas com 1.607 canadenses, tem margem de erro de 2,45% para mais ou para menos.
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