Medardo Mairena, aspirante ao cargo de presidente da Nicarágua, foi detido pelo regime Ortega| Foto: Reprodução/Twitter/@MedardoMairena
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A ditadura de Daniel Ortega prendeu nesta segunda-feira (5) o sexto aspirante à presidência da Nicarágua, quatro meses antes da eleição no país. Medardo Mairena foi detido na mesma noite em que outros três líderes do Movimento Campesino – Pedro Mena, Fredy Navas e Pablo Morales – e dois jovens opositores da Aliança Universitária Nicaraguense (AUN) – Lesther Alemán e Max Jerez – também foram levados pela polícia nicaraguense.

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A ditadura empreendeu em uma caçada contra opositores no fim de maio e até agora prendeu seis pré-candidatos, entre eles a jornalista Cristiana Chamorro e Arturo Cruz, um ex-aliado de Ortega que hoje é pré-candidato pela Aliança Cidadã pela Liberdade, uma coalizão de partidos de direita. Todos são acusados de "traição à Pátria", de acordo com a Lei de Defesa dos Direitos do Povo à Independência, Soberania e Autodeterminação pela Paz, por supostamente tentarem derrubar Ortega com apoio dos Estados Unidos.

A perseguição foi repudiada por vários ativistas de direitos humanos, países e organizações internacionais. No mês passado, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que nenhuma recomendação de seu escritório foi seguida por Ortega e que a situação no país está piorando.

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"O direito político das pessoas de votar na pessoa de sua escolha foi seriamente prejudicado porque a sociedade civil e a comunidade internacional foram excluídas do processo eleitoral. Houve severas limitações nas liberdades de expressão, reunião pacífica e participação política", disse Bachelet em um informe.

Mas as prisões da noite passada são sinal de que, para Ortega, pouco importa a opinião internacional frente ao seu projeto para continuar no poder após as eleições de 7 de novembro. Nesta semana, a polícia da Nicarágua rejeitou um pedido humanitário para que um grupo de 15 dirigentes e trabalhadores de ONGs, capturados em uma recente onda de prisões contra dissidentes, tenham contato com seus advogados e parentes, segundo denunciaram seus representantes legais.

De acordo com a agência de notícias EFE, Mairena já havia sido preso pelo regime durante os protestos contra o regime sandinista em abril de 2018. Na época, um juiz aliado de Ortega o condenou a mais de 200 anos de prisão por matar quatro policiais, mas logo depois Mairena foi anistiado.

O Cenidh (Centro de Direitos Humanos da Nicarágua) disse que o país viveu nesta segunda-feira "uma noite de terror" por causa das várias detenções de opositores.