Pelo menos cinco pessoas, entre elas dois estudantes, morreram nas últimas horas no leste da Ucrânia apesar da trégua decretada há um mês entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.
Dois moradores de Donetsk, habitada por quase um milhão de pessoas antes da explosão do conflito armado há quatro meses, morreram hoje vítimas de disparos de artilharia, que se repetem praticamente todos os dias nessa cidade, inclusive depois do cessar-fogo estipulado em 5 de setembro.
Outro civil morreu e dez ficaram feridos, três deles em estado grave, em outro ataque lançado ontem contra a cidade de Popasnaya, denunciou hoje Gennady Moskal, governador da região de Lugansk designado há pouco tempo por Kiev.
Segundo Moskal, o ataque contra Popasnaya foi realizado por uma unidade das milícias pró-russa que não obedece os líderes separatistas da autoproclamada república popular de Lugansk, que em geral cumpre a trégua reforçada em 19 de setembro no chamado Memorando de Minsk.
Além disso, dois estudantes morreram na cidade de Zugres, na região de Donetsk, depois que encontraram e detonaram acidentalmente um obus.
"Sete estudantes encontraram um obus que não havia explodido. Ao tentar movimentá-lo, o projétil explodiu. Outros cinco (menores) ficaram feridos", informou o governo regional de Donetsk leal a Kiev.
O número dois dos insurgentes de Donetsk, Andrei Purguin, culpou as tropas ucranianas de não retirar as minas da área como está contemplado nos acordos de cessar-fogo assinados entre os dois lados na capital bielorrussa.
"Trata-se de minas ucranianas, de seus campos de minas, que não desativam. Nós não temos recursos para gastá-los em minar territórios", assegurou Purguin.
Enquanto isso, os combates continuaram durante toda a jornada de hoje no aeroporto de Donetsk, cujo controle é disputado pelas forças ucranianas e os rebeldes.
"O aeroporto é uma prioridade para os terroristas, que empreenderam várias tentativas fracassadas de invadi-lo. As forças da operação antiterrorista repeliram todos os ataques e liquidaram 12 terroristas", afirmou hoje o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano, Andrei Lisenko.
No entanto, os rebeldes asseguram que já tomaram tanto os dois terminais de passageiros do aeroporto internacional como a maior parte do resto de suas instalações.
"Seguimos combatendo pelo território do aeroporto que segue em mãos das forças ucranianas. Trata-se de vários edifícios e os campos anexos", explicou à agência russa "Interfax" um porta-voz dos sublevados.
Os pró-Rússia justificaram seu ataque ao aeroporto em meio à trégua com o argumento que as forças ucranianas disparam dali contra a cidade, enquanto Kiev acusa os rebeldes de atacar suas posições com o objetivo de arrebatar-lhes a estratégica instalação.
Segundo a imprensa, caso o aeroporto caia em mãos rebeldes, a União Europeia poderia adotar novas sanções econômicas contra a Rússia por sua ajuda militar aos rebeldes.
O aeroporto foi o maior foco de tensão entre Kiev e os separatistas desde que ambos lados declararam o cessar-fogo e aceitaram a retirada do armamento pesado de uma zona de segurança de 30 quilômetros.
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