Londres O bebê malauiano de 13 meses que a pop star Madonna planeja adotar chegou a Londres ontem, enquanto ativistas pró-direitos humanos de seu país natal tentam evitar que o acerto seja concluído. O menino, David Banda, foi visto nos braços de uma babá, com o rosto coberto por um capote cinza, e protegido por seguranças. Nos poucos segundos em que foi visto, David parecia alerta apesar da longa viagem em um jato particular que saiu de Lilongüe, capital do Malauí, e do vento gelado de Londres. Em meio a um burburinho, ele foi levado para a casa vitoriana de três andares onde Madonna vive, em uma rua arborizada da capital britânica.
Na quinta-feira, a cantora, de 48 anos, recebeu de uma corte do Malauí a autorização provisória para adotar o filho de um fazendeiro pobre. O país, que fica na costa leste da África, tem uma renda per capita inferior a US$ 200 e, como a maioria das nações vizinhas, enfrenta o drama da aids, que deixa milhares de crianças órfãs.
Madonna, que financia projetos de ajuda a vítimas da doença no país, resolveu adotar, com o consentimento parterno, o filho de um fazendeiro cuja mulher morreu no parto. Mas o Comitê Consultivo de Direitos Humanos, que reúne 67 grupos humanitários locais, está contestando a autorização provisória de adoção. Segundo a lei do Malauí, os estrangeiros que quiserem adotar uma criança têm de morar no país por 18 meses e devem ser monitorados por agentes sociais antes de receberem a guarda definitiva. "Sentimos que a autorização foi dada de má-fé", disse Justin Dzodzi, porta-voz do comitê.
A cantora, que já tem dois filhos biológicos e é casada com o cineasta britânico Guy Ritchie, terá de voltar ao Malauí para que a adoção seja finalmente regularizada.