Apesar de ameaça, multidão de xiitas vai a cidade de Karbala

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Peregrinos xiitas chegaram às centenas de milhares nesta segunda-feira para uma festa religiosa na cidade sagrada de Karbala, apesar das ameaças feitas por radicais árabes sunitas.

Sete policiais e um civil foram mortos por dois carros-bomba na estrada que liga Bagdá a Karbala, segundo a polícia. Não se sabe se o incidente tem ligação com a festa religiosa.

Milhares de policiais e soldados estão em Karbala desde que o líder da Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, declarou guerra aos xiitas, em retaliação a uma ofensiva militar das tropas iraquianas, com apoio dos EUA, contra a localidade de Tal Afar, no Norte do país.

Na semana passada, mais de 250 pessoas morreram em ataques em Bagdá e arredores.

O chefe da polícia de Karbala, general Karim al-Hasnawi, disse que pelo menos 2,5 milhões de xiitas haviam chegado à cidade na manhã desta segunda-feira, muitos deles a pé. Não foi possível confirmar esse número com fontes independentes.

- Este ano o número é muito maior do que nos anteriores. Achamos que pode ser um ato de desafio (aos sunitas) - afirmou Hasnawi.

O general disse que 6.000 agentes da polícia e do Exército ocuparam posições e montaram postos de controle nas quatro principais entradas da cidade. Policiais à paisana estão próximos ao local das celebrações.

Apesar do movimento, muitas lojas e empresas fecharam as portas. Moradores de Karbala montaram barracas para vender comida e bebidas aos peregrinos, apesar do alerta da polícia para evitar esses produtos, uma vez que os extremistas podem tentar distribuir comida envenenada.

O tráfego de veículos está proibido desde sexta-feira, o que dificulta a utilização de carros-bomba.

O Iraque está em alerta por causa de várias tragédias nas últimas semanas. Em agosto, também durante uma festa xiita, mais de mil peregrinos morreram devido a um tumulto em uma ponte no bairro de Kadhimiya, em Bagdá. O incidente começou por causa de boatos de que haveria um homem-bomba sobre a ponte. Horas antes, morteiros e foguetes disparados contra a multidão haviam matado sete pessoas e ferido mais de 30.