O Estado norte-americano da Geórgia executou, na madrugada desta quarta (30), a única mulher de seu corredor da morte, apesar de um apelo do papa Francisco contra a sentença.
Kelly Renee Gissendaner recebeu a injeção letal em uma prisão da cidade de Jackson. Ela foi condenada por conspirar pela morte do marido, Douglas Gissendaner, juntamente com seu amante, que esfaqueou a vítima em fevereiro de 1997.
Gissendaner, 47, foi a primeira mulher a ser executada no Estado da Geórgia em 70 anos e a 16ª nos EUA desde que a pena de morte foi restabelecida no país, em 1976.
O representante diplomático do Vaticano nos EUA, arcebispo Carlo Maria Vigano, havia enviado uma carta para as autoridades do Estado em nome do papa Francisco pedindo a comutação da sentença de Gissendaner “para uma que melhor expresse justiça e misericórdia”.
A carta, enviada na terça (29), citava uma passagem do discurso do pontífice feito no Congresso dos EUA, na semana anterior, no qual ele pedia a abolição da pena de morte.
Seus filhos também haviam apelado contra a sentença ao Estado da Geórgia, sem sucesso.
Segundo as autoridades, Gissendaner recusou a injeção de um sedativo opcional antes da administração letal de pentobarbital.
Em suas declarações finais, a detenta disse que amava seus filhos e pediu desculpas à família de Douglas, afirmando esperar que eles encontrem alguma paz e felicidade. Ela também agradeceu à sua advogada, Susan Casey.
“Quero dizer que Deus a abençoe e que eu te amo, Susan. Diga a meus filhos que fui embora cantando [o hino religioso] ‘Amazing Grace’“, disse.
Gissendaner cantou “Amazing Grace” e pareceu iniciar outra canção antes de respirar profundamente várias vezes e então ficar imóvel, segundo testemunhas.
APELOS
Mais de cem manifestantes se reuniram do lado de fora da prisão em Jackson em apoio a Gissendaner. Entre eles estava o reverendo Della Bacote, que passou boa parte da terça-feira com ela.
Os três filhos de Gissendaner a visitaram na segunda, mas não na terça, quando testemunharam ao Tribunal de Apelações para tentar reverter a sentença, segundo o reverendo.
Diversas cortes, incluindo a Suprema Corte dos EUA, negaram os apelos de última hora pela comutação da pena.
Seu amante, Gregory Owen, que esfaqueou Douglas, foi condenado à prisão perpétua e poderá ser autorizado a servir em liberdade a partir de 2022.
Itamaraty de Lula lidera lobby pró-aborto na ONU com radicalismo inédito
“Desastre de proporções bíblicas”: democratas fazem autoanálise e projetam futuro após derrota
Bolsonaro diz que Congresso é mais importante que STF e pode reverter inelegibilidade
Copom eleva juros e dá bronca no governo mais uma vez
Deixe sua opinião