Contagem de votos durante as eleições parlamentares em Quetta, na província de Baluchistão| Foto: EFE/EPA/WAHEED KHAN

As eleições legislativas do Paquistão foram realizadas neste sábado com relativa normalidade apesar da ocorrência de alguns atentados no começo do dia, terminando com a decisão das autoridades de estender o horário de votação.

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Mais de 86 milhões de paquistaneses estavam convocados às urnas para participar das eleições gerais, que supõem um elo no processo de democratização do único país islâmico com armamento nuclear.

Em um esforço para aumentar a participação popular, estimada em 30% até a metade do pleito, a Comissão Eleitoral decidiu, na última hora, alongar a atividades dos locais de votação, muitos deles com longas filas no horário previsto para o encerramento.

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Na cidade de Karachi, o órgão decretou três horas de prorrogação, diante da quantidade de eleitores aguardando sua vez de votar pouco antes do fechamento das urnas.

Segundo o porta-voz da Comissão Eleitoral, Khursid Alam, a expectativa era que 50% da população comparecessem às urnas. O representante ainda comemorou o fato de "os problemas de segurança" não terem atrapalhado o desenrolar das eleições.

Cerca de 600 mil soldados e policiais trabalharam por todo o país para tentar garantir a tranquilidade durante o pleito, isso devido às ameaças de grupos fundamentalistas armados.

Hoje, o atentado mais grave aconteceu em Karachi, provocando a morte de 11 pessoas, e ferindo pelo menos 30, devido a explosão de uma bomba, que tinha como alvo, um candidato do secular Partido Nacional Awami (ANP).

"Esperávamos mais violência, e é muito bom que tenham acontecido relativamente poucos incidentes, em locais isolados, não de forma generalizada", explicou à Agência Efe, o porta-voz da principal rede de observação eleitoral do país (FAFEN), Abdul Ahad.

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Ahad lamentou, no entanto, que "muitos" dos 43 mil observadores acionados pela sua organização não poderem entrar nos colégios eleitorais, impedidos pelas forças de segurança do país.

Outro incidente destacado veio por denúncias do governo regional da província de Khyber-Pakhtunkhwa, das proibições decretadas por assembleias tribais e inclusive por partidos políticos contra o voto feminino em alguns distritos.

Cerca de 4,671 candidatos disputaram 272 cadeiras em jogo na Assembleia Nacional, enquanto outros 70 assentos estão reservados para minorias e serão definidos função da representação obtida por cada força política.

O favorito para ganhar as eleições é a Liga Muçulmana-N (PML-N) do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif. Nas últimas semanas tomou muito impulso o Movimento pela Justiça ("PTI"), do ex-jogador de críquete Imran Khan.

As duas legendas apresentam caráter conservador, podendo inclusive, formar um governo de coalizão, derrubando do poder o Partido Popular (PPP), da dinastia Bhutto, que governou o país durante a legislatura passada, entre 2008 e 2013, mas que deve perder seu apoio devido ao desgaste político que sofre.

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Além da escolha dos representantes do Parlamento nacional, os paquistaneses também votavam hoje para escolher aos deputados de quatro territórios do país que têm status de província.