O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, rejeitou pedidos para renunciar vindos de sua ministra do Exterior e de outras autoridades nesta quarta-feira (2). Ele reconheceu que estava numa difícil posição, mas prometeu "consertar todos os erros".
Dois dias após um inquérito oficial ter culpado Olmert por sérias falhas nas decisões na guerra do Líbano ano passado, a ministra do Exterior, Tzipi Livni, vice de Olmert, disse que o partido de centro Kadima precisava de nova liderança para restaurar a confiança da nação.
"Estou em uma posição pessoalmente desconfortável, mas não irei me esquivar de minha responsabilidade e consertarei todos os erros", disse Olmert a parlamentares do Kadima em uma reunião fechada, segundo um alto funcionário da administração, que não quis se identificar.
Livni, ex-agente de inteligência, disse que buscaria assumir a liderança do partido.
"Falei ao primeiro-ministro que acreditava que renunciar seria a coisa certa a fazer", disse Livni após encontro com Olmert. "Agora é a hora de restaurar a confiança pública no governo."
Em outra frente de pressão, o líder parlamentar do Kadima, Avigdor Yitzhaki, pediu que Olmert "haja com responsabilidade e renuncie". Ele renunciou ao próprio cargo em protesto durante um encontro do bloco parlamentar com Olmert.
Sob as regras do Kadima, Olmert não pode ser forçado a sair. O único curso de ação é persuadi-lo a renunciar, disseram autoridades. O Parlamento pode forcá-lo com um voto de desconfiança, mas ainda não parece haver maioria para isso.
Desde o relatório preliminar da Comissão Winograd, divulgado na segunda-feira, Olmert tem resistido a pedidos de renúncia e a mídia israelense citou auxiliares do premiê dizendo que ele pode dispensar Livni e lutar para continuar no cargo, apesar de pesquisas de opinião terem mostrado que dois terços dos israelenses querem sua saída do governo.