O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, está estabilizado, mas em estado de saúde muito grave, depois de ter sido submetido a uma cirurgia de cinco horas devido aos ferimentos de bala que sofreu nesta quarta-feira (15) em uma tentativa de assassinato, segundo informou nesta quinta (16) o hospital onde está internado.
“O paciente apresentava vários ferimentos de bala, que devem se regenerar. No momento seu estado está estabilizado, mas é realmente muito grave”, disse Miriam Lapunikova, diretora do hospital. Fico foi operado por duas equipes, uma cirúrgica e outra traumatológica, pelas múltiplas lesões que sofreu.
“Ao longo da noite, os médicos conseguiram estabilizar o estado do paciente”, disse o ministro da Defesa, Robert Kalinak, que compareceu ao lado da diretora da entidade hospitalar.
A gravidade do quadro do paciente se deve, segundo Kalinak, “à complicação das lesões sofridas”. O ministro anunciou que durante o dia dará mais informações sobre a situação do premiê.
O ministro, um dos colaboradores mais próximos de Fico, informou que será realizada hoje uma reunião do Conselho de Segurança de Estado. Ainda não foi determinado quem assumirá os poderes do chefe do governo nesta situação.
De momento, a atividade parlamentar foi cancelada até a próxima terça-feira (21), quando projetos de lei polêmicos e altamente criticados pela oposição progressista e liberal estavam hoje pendentes de votação.
A oposição cancelou um protesto de rua contra a abolição da entidade pública RTVS que está tramitando no Parlamento eslovaco por iniciativa do governo de coligação entre nacionalistas de esquerda e de direita.
Fico foi baleado nesta quarta na cidade de Handlova por um homem de 71 anos, que foi preso e alegou ser contra as políticas do governo.
"Não concordo com a política do governo. A RTVS está sendo atacada e muitas pessoas estão se demitindo", disse o suposto atirador, Juraj Cingula, à rede TA3 quando foi levado à delegacia.
Vários membros do governo garantiram que o ataque a Fico é político e acusaram a oposição de aquecer o ambiente com suas críticas.
O país altamente polarizado tem assistido a protestos em massa nas últimas semanas contra decisões controversas do governo nacionalista de esquerda e de direita, como o fechamento da Procuradoria Anticorrupção, que estava investigando membros do partido de Fico, e os planos para fechar o RTVS. (Com Agência EFE)
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