• Carregando...

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, reuniu-se nesta segunda-feira com seu primeiro-ministro depois de garantir uma inesperada pequena maioria parlamentar nas eleições de domingo e de perder um importante membro do governo. Mesmo assim, seu programa de reformas continua em curso.

Sarkozy renomeou formalmente François Fillon como primeiro-ministro e sua primeira tarefa será encontrar um substituto para o número 2 do governo, Alain Juppé. Ele afirmou que renunciaria após uma surpreendente derrota para um socialista pouco conhecido no pleito de domingo.

"Vocês realmente adorariam que as coisas fossem mal para mim. Vocês ficariam felizes se eu morresse", disse o prefeito de Bordeaux a repórteres na cidade onde perdeu o cargo e o posto no gabinete.

Aliados de Sarkozy ganharam 345 cadeiras na Assembléia Nacional, que tem 577 assentos. O resultado ficou bem abaixo da previsão de algumas pesquisas sobre a formação de um bloco com 470 cadeiras.

O alívio dos socialistas por terem conseguido 207 cadeiras foi parcialmente ofuscado pela separação do "supercasal" do partido: a candidata presidencial derrotada, Ségolène Royal, e o líder da legenda, François Hollande.

"Pedi para François viver sua vida a seu modo e ele aceitou. Já não vivemos na mesma casa", disse Royal à rádio France Inter. Ela deverá lutar pela liderança partidária.

Comentaristas apontaram a repentina falta de apoio da direita por um disputa sobre a decisão do governo de cogitar um aumento do imposto sobre valor agregado. Além disso, pesou a advertência dos socialistas de que uma grande maioria daria a Sarkozy poder demais.

"Eleitores assinalaram sua rejeição a uma Câmara Baixa monocromática e à entrega do poder total a um único homem", disse editorial do jornal de esquerda Libération.

Apesar do golpe, Sarkozy terá força legislativa para seguir adiante com seus planos de reformas nas rígidas leis trabalhistas, para cortes no serviço público, diminuição de impostos, combate ao desemprego e incentivo ao crescimento da segunda maior economia da zona do euro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]