Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, ofereceu na quinta-feira uma avaliação otimista sobre a guerra do Afeganistão, embora agências de espionagem do governo e entidades humanitárias manifestem dúvidas sobre a situação.
Obama, que está sob pressão para apresentar resultados depois de acusar seu antecessor, George W. Bush, de negligenciar a guerra, disse que os Estados Unidos se encaminham para começar a retirar tropas do país a partir de julho, conforme o planejado.
Seu secretário de Defesa, Robert Gates, afirmou que é cedo para estimar o ritmo da retirada, mas Obama deseja que até 2014 tenha sido concluída a transferência das tarefas de segurança para as forças afegãs.
A Casa Branca realizou uma revisão da sua estratégia no Afeganistão e divulgou um resumo de cinco páginas em que aponta "ganhos operacionais notáveis" por parte das forças dos EUA e da Otan, contendo o avanço do Taliban em muitas áreas e perturbando a atuação da Al Qaeda. Mas o texto admite que tais ganhos são frágeis e reversíveis, e que enormes desafios persistem.
O texto também cita progressos substanciais, mas desiguais, nas relações dos EUA com o Paquistão, país do qual Washington depende para conter o fluxo de militantes na fronteira com o Afeganistão.
"Quero ser claro: (a guerra do Afeganistão) continua sendo uma empreitada difícil", disse Obama na quinta-feira na Casa Branca, um ano depois de ordenar o envio de 30 mil soldados adicionais. Mas, acrescentou: "estamos no caminho para alcançar nossas metas."
A revisão estratégica ocorre ao final do mais violento ano do conflito, iniciado em 2001. Quase 700 soldados estrangeiros foram mortos desde janeiro, sendo pelo menos 477 norte-americanos. Mas os civis afegãos continuam sendo os mais afetados pela guerra, e na quarta-feira uma bomba matou 14 deles no oeste do país.
O texto divulgado na quinta-feira não traz grandes surpresas, pois suas conclusões já vinham sendo antecipadas por autoridades norte-americanas. O presidente afegão, Hamid Karzai - com quem Obama tem uma relação às vezes tensa - não é citado no documento.
Ao contrário da avaliação otimista apresentada pela Casa Branca, os serviços de inteligência consideram que a situação continuará sendo muito difícil enquanto o Paquistão não coibir de maneira mais firme a presença de militantes na fronteira, segundo duas fontes ouvidas pela Reuters.
Paralelamente, a Cruz Vermelha Internacional declarou que, por causa da intensificação da guerra, nos últimos 30 anos nunca foi tão difícil levar ajuda aos afegãos necessitados.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, rejeitou as insinuações de que o governo Obama estaria apresentando um quadro excessivamente róseo sobre o conflito. "Acho que estamos com um olhar claro e realista", afirmou.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Câmara vai votar “pacote” de projetos na área da segurança pública; saiba quais são