Milhares de apoiadores do presidente egípcio deposto, Mohamed Mursi, reuniram-se no Cairo nesta sexta-feira (19) para exigir a volta do líder islâmico, enquanto os oponentes também planejaram protestos em locais próximos.
Duas formações de caças cruzaram o céu ensolarado da cidade ao término das orações do meio-dia. Quatro helicópteros do Exército circulavam, enquanto outros cinco, arrastando bandeiras egípcias, voavam baixo sobre o Cairo, em uma clara demonstração de força dos militares.
A Irmandade Muçulmana convocou manifestações em todo o país, acusando o chefe das Forças Armadas, general Abdel-Fattah al-Sisi, de encenar um golpe contra o primeiro presidente eleito livremente no Egito.
Apoiadores de Mursi realizam uma vigília do lado de fora de uma mesquita no subúrbio de Nasr City, no Cairo. Milhares convergiram na sexta-feira para se juntar aos protestos, que incharam depois das orações do meio-dia.
"Hoje à noite, hoje à noite, hoje à noite, Sisi cai hoje à noite", gritou um homem, liderando as palavras de ordem. Em uma enorme bandeira com uma foto de Mursi se lia: "Juntos para apoiar a legitimidade."
Confrontos eclodiram quando partidários de Mursi começaram a cantar contra Sisi, o chefe do Exército, depois das orações perto de al-Azhar, no centro do Cairo, disseram fontes de segurança.
A polícia disparou tiros para o ar para dispersá-los e prendeu dois apoiadores da Irmandade após confrontos, disseram. Não foram registradas vítimas.
O Tamarud, movimento de jovens que organizou enormes protestos anti-Mursi em 30 de junho, também planeja manifestações para esta sexta-feira, incluindo uma perto da vigília de Nasr City.
O movimento apelidou seus protestos como "o povo contra o terrorismo", culpando seguidores de Mursi pela violência recente.
O policiamento foi intensificado na sexta-feira e 10 blindados de transporte de tropas estavam estacionados em uma ponte sobre o Nilo no centro de Cairo, uma rota que manifestantes islâmicos teriam que atravessar caso tentem chegar a praça Tahrir, foco do acampamento anti-Mursi.
Pelo menos 99 pessoas morreram vítimas da violência desde a remoção de Mursi, mais da metade deles quando as tropas dispararam contra manifestantes islâmicos em frente a um quartel Cairo em 8 de julho.
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