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Apoio a Kamala revela abismo político entre Taylor Swift e Michael Jordan

Taylor Swift durante show em Milão, na Itália, no mês de julho (Foto: EFE/EPA/MATTEO BAZZI)

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Em 1990, no meio de uma acirrada — e racialmente carregada — corrida para o Senado dos EUA na Carolina do Norte entre o republicano Jesse Helms e o desafiante democrata Harvey Gantt, o astro do Chicago Bulls, Michael Jordan, fez uma das suas falas mais famosas.

Jordan, que cresceu em Wilmington, Carolina do Norte, e conquistou um campeonato nacional em 1982 pelo renomado programa de basquete da Universidade da Carolina do Norte, foi questionado se endossaria Gantt. A resposta memorável de Jordan, que o fundador do OutKick e apresentador de rádio em rede Clay Travis posteriormente adotou como título de livro, foi: “Republicanos também compram tênis.” Em outras palavras, Jordan se recusou a politizar sua marca e, assim, arriscar sacrificar as vendas dos seus icônicos tênis Air Jordan, que a Nike havia lançado seis anos antes.

Foi uma afirmação admirável de neutralidade política — uma recusa em se curvar àqueles que impunham um politicamente correto sufocante e homogêneo. Como Jordan mais tarde diria à ESPN durante a filmagem da série documental “The Last Dance” [A Última Dança, em tradução livre], que foi ao ar em 2020, “Eu nunca me considerei um ativista. Eu me considerava um jogador de basquete”.

A neutralidade de Jordan de décadas atrás foi criticada, durante a minissérie da ESPN, por alguém que sabe muito sobre exacerbar as relações raciais: o ex-presidente Barack Obama. Em resposta a essa crítica, Jordan reafirmou sua posição, efetivamente mostrando dois dedos do meio para o 44º presidente: “Nunca vai ser o suficiente para todo mundo, e eu sei disso. Porque todo mundo tem uma ideia preconcebida sobre o que eu deveria fazer e o que eu não deveria fazer.”

Como um fã de basquete universitário de longa data do arquirrival da Universidade da Carolina do Norte, Duke, e um fã de basquete profissional da década de 1990 do perenemente infeliz rival da Conferência Leste dos Bulls, o New York Knicks, reluto em dar crédito a Michael Jordan. Mas, nesta instância, “MJ” estava certo. Na era hiperpolitizada de hoje, isso levanta uma pergunta óbvia: será que os republicanos ainda compram tênis?

Taylor Swift parece achar que não. Em uma postagem viral no Instagram no início desta semana, a megaestrela cantora e compositora endossou Kamala Harris para a presidência. Citando uma série de causas de esquerda, como fertilização in vitro e o eufemismo pró-aborto de “direito da mulher sobre seu próprio corpo”, Swift concluiu que Harris é uma “líder talentosa e com mãos firmes” que ganhou seu voto.

Swift é a primeira bilionária da indústria musical, então talvez ela tenha concluído cinicamente que simplesmente não precisa de patrocínio conservador ou republicano. Já faz pelo menos uma década e meia desde que Swift cantou algo que se aproximasse da música country, e ela pode simplesmente não se importar mais em alienar os sulistas e frequentadores de igrejas que constituem desproporcionalmente a base de fãs da música country.

Swift, que está namorando o tight end do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, estava presente em Las Vegas em fevereiro para ver os Chiefs de Kelce vencerem em uma emocionante vitória na prorrogação do Super Bowl contra os San Francisco 49ers. Ela ficou fora do palco quando o Comissário da NFL, Roger Goodell, reconheceu o quarterback estrela de Kansas City, Patrick Mahomes, pela terceira vez nesta década, como MVP [sigla em inglês para Jogador Mais Valioso] do Super Bowl.

Mahomes é um cristão evangélico que já falou sobre como ele ora antes de cada jogo para “agradecer a Deus por essas oportunidades.” A esposa de Mahomes, Brittany, além disso, “curtiu” uma postagem no Instagram no mês passado do ex-presidente Donald Trump. Assim, não é um segredo bem guardado que o próprio quarterback de Kelce, Mahomes, bem como a esposa de Mahomes, Brittany, são um casal conservador cristão contemporâneo.

Tudo isso torna ainda mais notável que Mahomes, quando questionado em uma coletiva de imprensa mais cedo nesta semana sobre o que ele achava do endosso presidencial de alto nível de Swift e se ele próprio daria um endosso, manteve a posição de neutralidade de Jordan. Como Mahomes disse: “Eu não quero que meu papel e minha posição sejam usados para endossar um candidato. … Acho que meu papel é informar as pessoas para que se registrem para votar. É informar as pessoas para fazerem sua própria pesquisa e, então, tomarem a melhor decisão para elas e suas famílias.” Ouça, ouça.

Mahomes — como Jordan antes dele — entende intuitivamente algo que Swift não entende. Os americanos rotineiramente assistem a jogos esportivos na TV e ouvem música no rádio como uma distração dos caóticos ciclos de notícias e do tumulto político do dia. Não é apenas uma proposta comercial — que republicanos também podem comprar Air Jordans e defensores da vida possam comprar álbuns de Swift. Certamente é isso. Mas também é uma questão de decência básica — de usar sua significativa posição para amenizar, e não exacerbar, as tensões domésticas que levaram a política a um ponto de fervor frenético. O endosso de Swift não mudará a situação. Mas é condenável.

Vamos procurar celebridades que nos elevem e nos inspirem a sermos melhores — e não aquelas que nos dividam e nos derrubem.

Copyright 2024 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: The Political Chasm Between Taylor Swift and Michael Jordan

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