Um dia após o presidente Barack Obama se tornar o primeiro ocupante do cargo a declarar apoio ao casamento gay e sob a forte repercussão causada, a Câmara dos Estados Unidos votou no sentido oposto.
Por 245 a 171 votos (o que indica apoio democrata), aprovou uma medida que impede o Departamento de Justiça de usar verba pública para fazer oposição à chamada "lei de defesa do casamento". O projeto dos anos 1990 define a união como sendo entre homem e mulher.
O gesto é simbólico. A declaração de Obama não acarreta mudança na lei federal são os estados que arbitram sobre o assunto.
Hoje só seis deles, além do Distrito de Columbia, permitem esse tipo de união. Outros 30, de 50, a inviabilizaram legalmente.
O debate vai esquentar a campanha presidencial deste ano. Pesquisa do Gallup divulgada na terça-feira mostra que 50% dos norte-americanos são a favor do casamento gay, segundo maior índice após um breve pico de 53% há um ano.
Ed Gillepsie, estrategista do virtual candidato republicano, Mitt Romney, afirmou ontem ao canal MSNBC que "com certeza" explorará o tema. Romney firmara promessa com grupos conservadores para definir casamento como união homem-mulher.
A Casa Branca admitiu que a oficialização do apoio foi antecipada por um comentário similar do vice, Joe Biden, que ontem se desculpou.
Campanha
De sua parte, porém, Obama já transformou a declaração em campanha. Sua equipe foi rápida, e na manhã de ontem lançou na internet um vídeo em que cobra de Romney para voltar atrás em suas posições e apoio o casamento gay.
O vídeo "Mitt Romney: Backwards on Equality" [algo como Mitt Romney: atraso em questão de igualdade] entrou no ar, comparando os dois candidatos. A gravação começa com Obama declarando que pessoas do mesmo sexo deveriam ter o direito de se casarem, para em seguida mostrar Romney, dizendo que se opõe ao casamento gay e é a favor de reverter alguns direitos dos casais homossexuais.
As consequências eleitorais da decisão de Obama ainda não são possíveis de prever, mas um resultado já é certo: aumento da arrecadação de recursos. A campanha eleitoral do presidente arrecadou ontem US$ 1 milhão em apenas 90 minutos, informou o portal BuzzFeed.
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