Em uma noite quente e úmida há 15 anos, Bill Clinton vestiu um sombrero, ignorou sua apreensiva equipe de segurança presidencial e dançando alegremente passou por entre a multidão animada no Central Plaza de Cartagena, um edifício do século 16 na graciosa cidade do caribe colombiano.
Liderando uma delegação parlamentar que incluía o presidente da Câmara à época, o republicano J. Dennis Hastert, e Joe Biden, então o democrata há mais tempo no Comitê de Relações Internacionais do Senado, Clinton tinha acabado de formalizar um acordo para fornecer 1,3 bilhão de dólares em ajuda à Colômbia. Era a primeira contribuição de uma iniciativa para estancar o fluxo de cocaína colombiana para os Estados Unidos (EUA).
Três governos e 10 bilhões de dólares depois, o “Plano Colômbia” é amplamente reconhecido como um dos mais bem sucedidos programas de assistência internacional norte-americana na história.
Conforme se transformava em um programa de contraterrorismo – e passava a incluir desenvolvimento da democracia e acordos comerciais – permaneceu uma das poucas grandes iniciativas de política externa em décadas a conservar forte apoio bipartidário.
Hoje, a Colômbia está prestes a assinar um histórico acordo de paz com guerrilheiros de esquerda que porá fim a meio século de guerra civil. Apesar da queda no preço do petróleo, seu maior produto de exportação, a economia colombiana é uma das mais sólidas na América Latina, e o país é um destino importante para investimentos globais. Um país que já esteve na iminência de se tornar um estado falido fez avanços significativos em praticamente todos os indicadores de desenvolvimento.
A única coisa que não mudou foi a posição da Colômbia como o maior país exportador de cocaína. Depois de diminuírem por vários anos seguidos, tanto o cultivo de coca quanto a produção da droga têm aumentado drasticamente ao longo dos últimos três anos.