Paris Eles não perderam tempo. Na manhã seguinte à vitória no primeiro turno das eleições presidenciais, Nicolas Sarkozy, candidato do UMP, o partido de direita, e Ségolène Royal, sua rival do Partido Socialista, saíram em campo pela França para coletar votos para o duelo final no dia 6 de maio, data do segundo turno.
A caça ao eleitorado do centrista François Bayrou, do UDF, que foi eliminado no primeiro turno mas reuniu 18,5% dos votos, já começou. Tanto Sarkozy quando Ségolène disputam os votos do centrista. Segundo analistas, são os eleitores de Bayrou quem vão decidir para que lado pesará a balança: direita ou esquerda.
Ségolène Royal enviou ontem mesmo mensagem para o celular de Bayrou propondo um "diálogo aberto e público", em que falava em buscar "convergências". Detalhe: antes do primeiro turno, personalidades socialistas como Michel Rocard, ex-primeiro-ministro e atual deputado europeu, haviam sugerido uma aliança entre o PS e o partido de Bayrou algo rechaçado pelos dois campos. Agora, a candidata disse que está fazendo oferta de diálogo com o UDF "de mãos abertas" e que espera uma resposta: "Eu me declaro disponível para conversar sobre o futuro da França com aqueles que durante toda a campanha desejaram trocas e renovação política", disse Royal.
Ségolène terá que se esforçar muito. Segundo pesquisa do instituto Ipfos publicada ontem, 54% dos eleitores de Bayrou querem votar em Sarkozy.
O partido de Bayrou geralmente votou com a direita no Parlamento, mas durante a campanha Bayrou fincou pé no centro, rechaçando as divisões tradicionais entre esquerda e direita e prometendo um governo que iria utilizar o melhor dos dois lados. A pergunta agora é qual lado ele vai favorecer.
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