Sessenta anos depois de uma bomba atômica matar milhares de pessoas em um piscar de olhos e devastar sua Hiroshima natal, Sunao Tsuboi teme que o Japão esteja voltando ao caminho do militarismo.
Esse sobrevivente do primeiro ataque nuclear da História prometeu, como muitos de seus conterrâneos, manter a cidade como um bastião do pacifismo.
- Tudo o que eu ouço hoje em dia realmente me aborrece - disse Tsuboi, de 80 anos, que era universitário quando os Estados Unidos lançaram a bomba sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945.
Tsuboi estava a cerca de um quilômetro do local onde a bomba foi detonada. Foi atirado a 10 metros de distância e sofreu queimaduras em todo o corpo.
- Tenho a forte sensação de que o Japão está se inclinando para a direita, que estamos entrando em um caminho que já trilhamos antes - disse ele, que tem o rosto ainda marcado pelas queimaduras.
O partido governista japonês, que sempre defende uma postura mais incisiva em questões de segurança, propôs nesta semana que os militares não se limitem ao papel de autodefesa previsto na Constituição. Em vez disso, o partido quer que o país participe de missões internacionais de paz.