Cuba iniciou nesta segunda-feira (5) um processo de transição política de cinco meses. A medida deve acabar com a saída de Raul Castro da presidência, encerrando a dominância de quase 60 anos de sua família no sistema político do país.
Ao longo de setembro, os cubanos vão se reunir em pequenos grupos para nomear representantes municipais, a primeira de uma série de votações para autoridades locais, provinciais e nacionais. Autoridades dizem que 12.515 distritos devem nomear candidatos para as eleições dos conselhos municipais, em 22 de outubro.
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Uma coalizão oposicionista espera que 170 dissidentes busquem nomeações nessas reuniões da primeira etapa eleitoral. Poucos candidatos oposicionistas conseguiram isso nas eleições anteriores, mas foram derrotados.
O governo não permite a participação de outros partidos além do Partido Comunista e trabalhou para anular a eleição de candidatos oposicionistas sem sigla. Autoridades alegam que os dissidentes são pagos por governos estrangeiros e grupos exilados como parte de um plano para derrubar o sistema socialista da ilha e reinstalar o capitalismo e a dominância dos Estados Unidos, encerrados no país na revolução de 1959.
Na segunda etapa eleitoral, uma comissão dominada por organizações governistas escolherá os candidatos para as eleições das assembleias provinciais e da Assembleia Nacional.
Espera-se que a Assembleia Nacional escolha o presidente e os membros do poderoso Conselho de Estado até fevereiro. Castro disse que vai deixar a presidência até lá, mas ele deve continuar presidindo o Partido Comunista, com um poder que deve ser igual ou maior que o do futuro presidente.
Castro, de 86 anos, tornou-se presidente em 2008 e lançou uma série de reformas socioeconômicas após seu irmão, Fidel, se afastar da presidência por razões de saúde. Ele morreu no ano passado, com 90 anos.
Espera-se que o novo presidente cubano seja o primeiro-vice-presidente Miguel Diaz-Canel, de 57 anos, que manteve um uma vida pública discreta. A maior exposição de sua imagem neste ano foi em um vídeo em que ele discursava em uma festa privada do Partido Comunista e que foi vazado e distribuído online.
No vídeo, Diaz-Canel discute planos para reprimir a imprensa independente, empresas e grupos opositores que tentam ganhar cargos municipais. "Estamos tomando todas as medidas necessárias para desacreditá-los", disse ele no vídeo. "Estamos envolvidos em todo o processo".
Os funcionários do governo cubano são opacos e aparecem em público raramente, exceto por alguns discursos anuais. Além disso, o governo mantém um rigoroso controle da mídia e do uso da internet e vazamentos de reuniões e discursos são extremamente raros.
As informações são da Associated Press.
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