França reconhece rebeldes como governo
Londres - Enquanto países europeus e os EUA não se entendem sobre uma ação militar contra a Líbia, a França deu um passo à frente na questão diplomática e reconheceu os rebeldes do Conselho Nacional Líbio (CNL) como o governo legítimo do país
Forças leais a Kadafi retomam cidade do leste
Ras Lanuf - Pânico. Em uma palavra, era este o sentimento que pulsava ontem entre os rebeldes líbios na frente de combate contra as forças do ditador Muamar Kadafi no leste do país, uma linha que recuou mais uma vez.
São Paulo - O repórter Andrei Netto, enviado especial do jornal O Estado de S. Paulo à Líbia, deve deixar aquele país hoje e voltar a Paris, onde mora. Netto foi preso no dia 2 de março por quatro homens na fronteira com a Tunísia quando tentava regularizar os documentos de entrada na Líbia. Ele foi libertado ontem e foi levado para a casa do embaixador brasileiro em Trípoli, George Ney Fernandes.
No dia 2 de março, ao ser abordado, segundo informações do Grupo Estado, o repórter recebeu uma coronhada e teve o rosto coberto por um capuz. Ainda que não tenha certeza para onde foi levado, Netto teria ficado recluso em uma cela, provavelmente em uma base militar.
Andrei Netto disse não ter sido agredido fisicamente na prisão, mas sofreu psicologicamente com o isolamento. "Fiquei isolado sem poder ver a luz do sol. Senti o vento soprando no meu rosto pela primeira vez em oito dias", afirmou o jornalista após a libertação.
Segundo o repórter, ele e seu colega iraquiano entraram na Líbia pela fronteira com a Tunísia. Eles contaram com o auxilio de um grupo de rebeldes e não conseguiram obter visto de entrada no posto fronteiriço de Dehiba.
"Nós tentamos [o visto] em Paris e em Túnis. Nas duas cidades os consulados estavam fechado. Quando voltamos ao posto de Dehiba, o local estava tomado por confrontos", disse.
O correspondente do jornal britânico The Guardian, o iraquiano Ghaith Abdul-Ahad, foi preso junto com Netto, mas foi levado para outro local. Até ontem à noite não havia informações sobre o local onde o jornalista estava. De acordo com o Grupo Estado, Netto pediu acesso ao embaixador brasileiro na Líbia durante todo o tempo em que permaneceu preso, mas não foi atendido pelos líbios.
O diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, disse ontem que o fluxo de informações sobre o paradeiro do repórter brasileiro nas últimas 48 horas, aliado à atuação diplomática entre Líbia e Brasil, foi fundamental para que o enviado especial fosse localizado e solto.
Somente na quarta-feira as autoridades da Líbia confirmaram que o repórter estava preso.
Netto estava no país desde 19 de fevereiro e perdeu o contato direto com o Grupo Estado no dia 2 de março.
No dia 7, o jornal soube, por informações indiretas, que Netto poderia estar preso. As embaixadas do Brasil e da Líbia foram informadas neste dia, assim como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR), a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e veículos de imprensa. O repórter Lourival SantAnna, também enviado especial do jornal O Estado de S. Paulo, vai permanecer na Líbia para continuar a cobertura.
Senado
O jornalista Andrei Netto foi convidado ontem pela Comissão de Direitos Humanos do Senado para falar sobre a experiência que viveu na Líbia. O autor do convite, senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão, afirma que o relato de Netto será muito positivo para mostrar aos brasileiros a "real" situação da Líbia.
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