Soldados egípcios entraram em confronto com manifestantes ontem no centro do Cairo pelo segundo dia consecutivo, em uma onda de violência que já deixou ao menos oito mortos desde sexta-feira. Os distúrbios mostram a tensão entre ativistas que exigem o fim do governo militar e as forças de segurança.
Ontem, centenas de manifestantes lançaram pedras contras soldados, que cercaram as ruas em volta do Parlamento e também lançaram pedras e jatos dágua contra a multidão na região da Praça Tahrir.
Uma grande coluna de fumaça cobriu o centro do Cairo depois que manifestantes atearam fogo nas ruas. Houve relato de disparos vindos de telhados e, além dos oito mortos, mais de 300 ficaram feridos.
O premiê egípcio, Kamal Ganzouri, negou que soldados tenham disparado contra manifestantes e disse que "um grupo não identificado efetuou disparos", acrescentando que seu governo visa "salvar a revolução".
Um grande número de egípcios está insatisfeito com o governo liderado por uma Junta Militar, que deveria ser provisório, e acusa o governo de tentar se manter no poder por tempo indeterminado.
Em um comunicado divulgado na sexta-feira, o governo diz que os confrontos tiveram início quando um militar foi atacado por manifestantes que tentavam invadir o Parlamento.
Eleições
Os ativistas que fizeram a revolta popular que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak não tiveram sucesso no primeiro turno das eleições realizadas ano mês passado em nove das 27 províncias do Egito entre elas Suez (nordeste), Aswan (sul) e Gizé (que abrange uma parte do Cairo) , com os partidos islamitas obtendo vasta maioria das cadeiras.
Os resultados do segundo turno, finalizado na quinta-feira, devem ser divulgados nos próximos dias. As demais regiões do país devem ir às urnas no próximo mês.
O Exército continua a ser a autoridade em exercício, enquanto não houver um presidente.
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