
O óleo que vaza no Golfo do México desde abril foi contido ontem pela primeira vez, informa a petrolífera British Petroleum. É o maior avanço registrado nos esforços de contenção do vazamento, o pior da história dos Estados Unidos.
Agora, a BP deve avaliar se a tampa colocada sobre o poço, que vaza a 1.500 metros de profundidade, resistirá à pressão do óleo. Engenheiros da empresa irão monitorar a pressão por 48 horas antes de retirar a tampa provisória enquanto decidem sobre os próximos passos.
O uso da tampa é apenas uma estratégia temporária de contenção, já que a solução definitiva deve vir da perfuração de dois poços de alívio. A conclusão é esperada para meados de agosto.
A torneira de óleo foi fechada pela primeira vez 85 dias após o primeiro registro no dia 20 de abril de uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, que matou 11 funcionários e deu início ao vazamento.
O vice-presidente da BP, Kent Wells, disse que o óleo parou de fluir com o fechamento de três válvulas na tampa de 75 toneladas. "Estou muito feliz que não há mais óleo jorrando", disse Wells. O governo federal estima que entre 94 e 185 milhões de litros de óleo tenham sido derramados no mar.
Repercussão
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que se trata de uma boa notícia. No entanto, Obama completou que o fechamento do poço é apenas temporário.
Na manhã de ontem, o almirante da Guarda Costeira, Thad Allen, também havia dito que a medida é apenas temporária e que a BP ainda precisa completar os poços de alívio.
A operação realizada ontem ocorreu após dois dias de atraso. Nesse período, a BP consertou um vazamento que os engenheiros da empresa descobriram na quarta-feira à noite.
Uma das preocupações era justamente checar se o poço estava danificado, o que poderia espalhar óleo por baixo do leito do mar ao redor do poço em vez de canalizá-lo pelo poço.
Allen disse que, apesar de temporário, o fechamento do poço pode ajudar não só a reter o óleo, mas também a facilitar a retirada da equipe da BP em caso de furacões. "Caso a tampa consiga resistir às pressões e poço permaneça intacto, teremos a possibilidade de abandonar o local em caso de furacões."
O vazamento causou enormes prejuízos ambientais e econômicos, e por pressão do governo a BP reservou 20 bilhões de dólares para indenizações, o que lhe obriga a vender parte do seu patrimônio.
Agora, a petrolífera deve realizar testes no aparato. O teste envolve o fechamento de várias válvulas a fim de aumentar a pressão no poço.
Se a pressão não aumentar após o fechamento das válvulas, é porque ainda há vazamentos em outros pontos. Se a pressão aumentar, o poço estará intacto.



