Legislação
Comissão aprova nova regulação de perfurações
Agência Estado
Dois painéis da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovaram projetos de lei que podem levar a mudanças na regulação da indústria de prospecção de petróleo nos Estados Unidos, inclusive uma provisão que pode impedir a British Petroleum (BP) de conquistar novas autorizações para perfurações em alto-mar até que ajuste seus registros de segurança.
O Comitê de Recursos Naturais votou pela aprovação do projeto que substituiria o atual regulador da indústria petrolífera o Serviço de Gestão de Minerais por três agências regulatórias distintas. A medida conta com apoio do governo Barack Obama.
Legisladores do painel acrescentaram, nesta semana, detalhes ao projeto que podem proibir empresas petrolíferas com registros de segurança abaixo dos padrões de receberem licenças para perfurações.
Qualquer empresa que nos sete anos anteriores tiver apresentado registros de segurança cinco vezes pior do que a média do setor será proibida de conquistar novas licenças até que tome medidas para se adequar.
O óleo que vaza no Golfo do México desde abril foi contido ontem pela primeira vez, informa a petrolífera British Petroleum. É o maior avanço registrado nos esforços de contenção do vazamento, o pior da história dos Estados Unidos.
Agora, a BP deve avaliar se a tampa colocada sobre o poço, que vaza a 1.500 metros de profundidade, resistirá à pressão do óleo. Engenheiros da empresa irão monitorar a pressão por 48 horas antes de retirar a tampa provisória enquanto decidem sobre os próximos passos.
O uso da tampa é apenas uma estratégia temporária de contenção, já que a solução definitiva deve vir da perfuração de dois poços de alívio. A conclusão é esperada para meados de agosto.
A torneira de óleo foi fechada pela primeira vez 85 dias após o primeiro registro no dia 20 de abril de uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, que matou 11 funcionários e deu início ao vazamento.
O vice-presidente da BP, Kent Wells, disse que o óleo parou de fluir com o fechamento de três válvulas na tampa de 75 toneladas. "Estou muito feliz que não há mais óleo jorrando", disse Wells. O governo federal estima que entre 94 e 185 milhões de litros de óleo tenham sido derramados no mar.
Repercussão
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que se trata de uma boa notícia. No entanto, Obama completou que o fechamento do poço é apenas temporário.
Na manhã de ontem, o almirante da Guarda Costeira, Thad Allen, também havia dito que a medida é apenas temporária e que a BP ainda precisa completar os poços de alívio.
A operação realizada ontem ocorreu após dois dias de atraso. Nesse período, a BP consertou um vazamento que os engenheiros da empresa descobriram na quarta-feira à noite.
Uma das preocupações era justamente checar se o poço estava danificado, o que poderia espalhar óleo por baixo do leito do mar ao redor do poço em vez de canalizá-lo pelo poço.
Allen disse que, apesar de temporário, o fechamento do poço pode ajudar não só a reter o óleo, mas também a facilitar a retirada da equipe da BP em caso de furacões. "Caso a tampa consiga resistir às pressões e poço permaneça intacto, teremos a possibilidade de abandonar o local em caso de furacões."
O vazamento causou enormes prejuízos ambientais e econômicos, e por pressão do governo a BP reservou 20 bilhões de dólares para indenizações, o que lhe obriga a vender parte do seu patrimônio.
Agora, a petrolífera deve realizar testes no aparato. O teste envolve o fechamento de várias válvulas a fim de aumentar a pressão no poço.
Se a pressão não aumentar após o fechamento das válvulas, é porque ainda há vazamentos em outros pontos. Se a pressão aumentar, o poço estará intacto.
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