A África do Sul solicitou, nesta terça-feira (20), à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que examine supostas políticas e práticas discriminatórias aplicadas por Israel nos territórios ocupados pelos palestinos, e pediu que o tribunal reconheça que o Estado israelense é "um regime de apartheid".
O pedido foi feito pelo embaixador sul-africano na Holanda, Vusimuzi Madonsela. Segundo ele, "Israel discrimina e fragmenta todos os povos palestinos para garantir a manutenção da dominação judaica israelense. O 'apartheid israelense' deve acabar e o povo deve ter permissão para exercer seu direito inalienável à autodeterminação", declarou Madonsela.
Alinhado com o discurso do grupo terrorista Hamas, Madonsela disse que os palestinos de Gaza vivem em "um enclave fechado, fragmentado e segregado da Cisjordânia, sendo submetidos à repressão, ao fechamento contínuo e ao cerco".
O embaixador sul-africano ainda criticou a comunidade internacional por não condenar o Estado de Israel por sua ofensiva no território vizinho, que é consequência de um massacre organizado pelo Hamas no dia 7 de outubro, que deixou quase 1200 israelenses mortos e outros sequestrados.
"A falta de vontade da comunidade internacional em responsabilizar Israel por suas políticas e práticas, e seu fracasso em garantir a retirada imediata, incondicional e total das tropas israelenses, e o fim imediato da ocupação israelense e do apartheid nos territórios palestinos, incluindo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, encoraja Israel a fechar um novo ponto crítico, a cometer o crime dos crimes, um genocídio", afirmou.
A pedido da Assembleia Geral da ONU, a CIJ está examinando esta semana as consequências legais decorrentes das políticas e práticas de Israel nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental. O tribunal emitirá um parecer jurídico não vinculante sobre uma solicitação anterior à guerra na Faixa de Gaza.
Em um caso separado sobre a situação na Faixa de Gaza, iniciado pela África do Sul no final de dezembro, a CIJ emitiu medidas provisórias exigindo que Israel tomasse medidas imediatas e eficazes para evitar o cometimento de genocídio no enclave. Apesar disso, o tribunal ignorou o pedido de reconhecimento do extermínio alegado pelo país.